Robert Mugabe, presidente do Zimbábue, chegou hoje à capital, Harare, depois de passar quatro dias em Cingapura e de uma longa ausência de eventos oficiais. Mugabe desceu sozinho as escadas do avião aparentando bom estado de saúde. Uma imagem que contraria os rumores de que o presidente estaria internado em um hospital de Cingapura, na Ásia, em tratamento de um câncer em fase terminal.
Segundo um porta-voz do governo do Zimbábue, Mugabe viajou com a família para “fazer compras” e matricular a filha em uma universidade em Cingapura. Mugabe, no entanto, já esteve várias vezes no país asiático para tratar de um câncer da próstata.
O presidente zimbabuense, de 88 anos, está há 32 no poder. Ele comanda uma das ditaduras mais antigas do mundo e também uma das mais violentas, segundo organismos de direitos humanos de várias partes do globo. Relatórios das Nações Unidas (ONU) sobre a ditadura de Mugabe apontam práticas de tortura, execução em massa e banimento de opositores do regime como frequentes atrocidades cometidas pelo regime.
O Zimbábue, antiga Rodésia, foi colônia britânica até 1980. O território adotava uma política de segregação racial semelhante ao apartheid da vizinha África do Sul, embora os brancos não passassem de 4% da população. Depois da independência, os negros chegaram ao poder representados por Mugabe, festejado na época como herói em toda a África. O regime passou então a perseguir a minoria branca, que foi obrigada a exilar-se na África do Sul até os dias de hoje.