Na última etapa da visita à África, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, assinou hoje (26) cinco acordos com o chanceler da Mauritânia, Hamadi Ould Hamadi. Foi a primeira visita de um ministro brasileiro à região. Nos acordos, o Brasil se compromete a cooperar tecnicamente nas áreas de agricultura e aquicultura. Foi criada a Comissão Mista Brasil-Mauritânia e suspensa a obrigatoriedade de vistos diplomáticos, oficiais e para atividades profissionais.
Antes da Mauritânia, Patriota foi à Tunísia e à Etiópia. Na conversa com o chanceler Hamadi, Patriota recebeu informações sobre a intenção de fortalecer o bloco regional denominado Magreb (Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia, Tunísia, Mauritânia e a Líbia), a exemplo do que ocorre com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
Para Hamadi, é possível incrementar o comércio e as oportunidades de investimento nas duas regiões. Ontem (25), Patriota ouviu afirmação semelhante do ministro dos Negócios Estrangeiros da Tunísia, Rafik Abdessalem. A ambos, o chanceler brasileiro reiterou o desejo do Brasil de ampliar as parcerias nas áreas de defesa e educação envolvendo países da África.
Na véspera da chegada de Patriota à Mauritânia ontem, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro comunicou ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em Genebra, na Suíça, a decisão de doar US$ 300 mil à Mauritânia.
De acorco com as autoridades brasileiras, a ideia é utilizar esses recursos para apoiar os refugiados do Mali que estão na Mauritânia. Desde fevereiro último, cerca de 60 mil cidadãos do Mali buscam refúgio em território mauritano. A contribuição brasileira cobrirá parte dos custos de aquisição e instalação de novas barracas para abrigo de refugiados. O Mali vive longo período de instabilidade política.