A Comissão Europeia (CE) anunciou hoje (7) que vai tomar medidas contra a decisão do governo da Argentina de expropriar a empresa petrolífera YPF, filial espanhola da Repsol. Para a comissão, as providências são urgentes como reação ao que chamou de “crescente tendência ao protecionismo na América Latina”. Duas semanas depois de a Argentina expropriar a YPF, a Bolívia decidiu nacionalizar uma empresa de eletricidade.
Os detalhes sobre as medidas que serão adotadas pelos europeus contra os argentinos não foram revelados. “Vamos avançar rapidamente em nossa resposta à ação da Argentina no caso em particular da Repsol”, disse o comissário de Comércio da União Europeia, Karel de Gucht, durante uma conferência sobre as relações entre Europa e Brasil.
Ele alertou ainda que o Brasil pode “perder muito” devido às decisões da Argentina e da Bolívia, pois parte de suas exportações são direcionadas a países latino-americanos. “[O Brasil] não pode ficar parado se quiser avançar para o próximo nível de desenvolvimento.”
“[O Brasil pode] perder muito devido à tendência para o protecionismo na região já que 20% das suas exportações são direcionadas para outros países latino-americanos”, disse o comissário. “Uma visão integrada da América Latina permitirá ao Brasil expandir seu comércio. Mas também criará em todo continente economias em escala, tornando mais fácil para a concorrência nos mercados globais.”
O comissário também citou a decisão da Bolívia de nacionalizar a Empresa Transportadora de Eletricidade (cuja sigla em espanhol é ETE] . “Esse tipo de movimento é, naturalmente, um problema para a Argentina e Bolívia, que será mais difícil de garantir o investimento internacional que eles precisam. Mas eles também são um problema para a União Europeia, pois nossas empresas estão sendo diretamente afetadas”, disse.