A onda de violência na Síria, que por pouco não atingiu ontem (9) o local onde estavam observadores da Organização das Nações Unidas (ONU), registrou hoje (10) mais duas explosões em Damasco, deixando dezenas de feridos civis, inclusive crianças. No entanto, as limitações de acesso às informações impedem o detalhamento do episódio. A emissora estatal de televisão informou que foi uma ação terrorista. Os conflitos na região, que duram 14 meses, já deixaram cerca de 10 mil mortos.
Os confrontos começaram em março de 2011, quando manifestantes passaram a exigir a renúncia do presidente Bashar Al Assad. Para os manifestantes, o governo Assad desrespeita os direitos humanos, impõe restrições políticas e limita a liberdade de expressão no país. Assad nega as denúncias. Ele prometeu por em prática um plano de paz na região, mas não cumpre.
As causas das explosões não são claras, assim como o número de vítimas. De acordo com a emissora estatal de televisão, os ataques ocorreram por ações de “terroristas” que ingressaram em Damasco por uma entrada ao Sul e atingiram “pessoas que se dirigiam ao trabalho e crianças que iam para a escola”.
De acordo com organizações não governamentais, Damasco tem sido alvo de atentados à bomba nos últimos meses desde que a crise envolvendo o presidente Bashar Al Assad agravou-se. Ontem (9), a tensão se concentrou na cidade de Duma, perto de Damasco, quando os embates fizeram oito mortos.
Em Deraa, uma bomba explodiu na entrada da cidade, no momento em que os observadores da ONU passavam pelo local. A explosão atingiu um veículo militar e provocou ferimentos em seis soldados sírios. O chefe da missão de observadores, o general Robert Mood, estava em um dos carros, mas conseguiu escapar.
Outra bomba explodiu em um veículo militar, provocando mortos e feridos em Minchiyé, bairro de Deraa. De acordo com a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os bombardeios atingiram oposicionistas na cidade de Duma.
Na província de Idleb, um civil foi morto e três ficaram feridos, atingidos por disparos de armas automáticas de integrantes das Forças Armadas da Síria. Na mesma província foi morto um soldado na aldeia de Maarata em combate com desertores. Em vários bairros de Homs, houve tiroteio e dois civis foram mortos, de acordo com a ONG.
Em Deir Ezzor, dois integrantes das forças leais a Assad morreram em uma explosão de madrugada. Em Alepo, segunda cidade da Síria, um membro das milícias pró-regime foi morto durante combate entre soldados e desertores.