Dois dias depois de ser libertado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o jornalista francês Roméo Langlois, de 35 anos, chegou hoje (1º) a Paris. Ele ficou 33 dias em poder das Farc, no Sul da Colômbia. O correspondente do canal France 24 foi recebido pela ministra da Cultura e da Comunicação, Aurélie Filippetti, além do representante do Ministério do Desenvolvimento, Pascal Canfin.
Langlois levou uma carta da guerrilha para o presidente François Hollande, que lança um apelo aos “países amigos” para que ajudem a conseguir uma saída negociada para o conflito na Colômbia. O texto que – a pedido das Farc, só pode ser publicado depois que Hollande ler – traz também “desculpas públicas” do grupo, por ter classificado o jornalista de “prisioneiro de guerra”.
O jornalista francês se disse vítima de um “golpe midiático”. “Na verdade, o que as Farc querem é publicidade. É mostrar que, ao contrário do que diz a imprensa, eles continuam lá na selva, preparados, combatendo.”
Langlois lembrou que é a primeira vez que os paramilitares fazem um pedido público de desculpas e acrescentou que é “muito importante que as Farc especifiquem que a imprensa não é um inimigo”. E pediu aos colegas que “continuem a cobrir esse conflito, cada vez mais esquecido”.
Aos que disseram que Langlois era simpático às Farc, como o ex-presidente Álvaro Uribe, que usou a rede social Twitter, o jornalista rebateu as críticas. Segundo Langlois, a impressão é que “as Farc querem a paz, mas não qualquer paz. Eles [os guerrilheiros] podem sustentar os combates por mais 50 anos”.