O senador boliviano Roger Pinto Molina (da oposição) está há uma semana abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz, capital da Bolívia. No último dia 28, Molina pediu asilo político ao governo brasileiro. Na ocasião, ele enviou duas cartas – uma à presidenta Dilma Rousseff e outra ao embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Biato. No texto, o senador diz sofrer perseguição por sua atuação em defesa dos direitos humanos no país.

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou hoje por meio da assessoria que o pedido do senador ainda está sob análise. Não há prazo para o governo brasileiro decidir sobre o tema. Na semana passada, o assunto foi tema de uma conversa dos chanceleres do Brasil, Antonio Patriota, e da Bolívia, David Choquehuanca. Eles analisam a questão com base na Convenção de Caracas sobre Direito de Asilo.

O governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, por meio de assessores, negou a perseguição a Molina. De acordo com assessores de Morales, o senador é suspeito de corrupção e desvio de recursos públicos, além de não prestar esclarecimentos à Justiça do país.

O ministro do Interior da Bolívia, Carlos Romero, disse no dia 31 que o senador já foi convocado para prestar esclarecimentos à Justiça sobre uma eventual rede de corrupção formada por funcionários públicos, juízes, advogados e policiais e que atua no tráfico de drogas no país. Mas, segundo Romero, Molina não prestou as informações.

No pedido de asilo político encaminhado ao governo do Brasil, Molina não menciona as suspeitas levantadas pelo governo Morales.

Assim como o ministro do Interior, o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, negou a perseguição política contra Molina.