O candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, declarou-se vitorioso nas eleições presidenciais de ontem (1º) no México com base em uma amostragem conhecida como contagem rápida dos votos.
Peña Nieto também foi cumprimentado pelo presidente mexicano Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), mas o candidato esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), recusou-se a fazer qualquer pronunciamento até um anúncio oficial dos resultados da votação.
A contagem rápida – feita com base em uma amostra de 7 mil atas de registros de votos de 143 mil mesas eleitorais – costuma ser um indicador confiável dos resultados das eleições mexicanas.
De acordo com essa estimativa, Peña Nieto teria entre 37,93% e 38,55% dos votos e Obrador entre 30,09% e 31,86%.
Josefina Vázquez Mota, candidata do PAN (Partido Ação Nacional), de Calderón, teria obtido entre 25,10% e 26,03% dos votos.
Uma vitória de Peña Nieto levaria o PRI de volta ao poder após 12 anos. O partido governou o México de 1929 a 2000, até a vitória de Vicente Fox, também do PAN, presidente que antecedeu Calderón.
Obrador ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2006. Na época, ele se recusou a reconhecer a vitória de Calderón e liderou uma série de protestos.
Desta vez, todos os candidatos prometeram respeitar o resultados do pleito, que não prevê um segundo turno.
Além de seu novo presidente, os eleitores mexicanos escolheram neste domingo novos congressistas, alguns governadores e prefeitos, em uma eleição marcada pelo debate sobre economia e a guerra às drogas.
Autoridades mexicanas afirmaram que a votação transcorreu pacificamente na grande maioria do país.
Milhares de policiais foram mobilizados para proteger quase 80 milhões de eleitores de possíveis atos de violência de cartéis em zonas eleitorais.
No campo econômico, as questões mais prementes na campanha eleitoral foram a pobreza extrema – que afeta quase um terço dos mexicanos – e a sensação, de grande parte da população, de perda de poder aquisitivo, apesar das taxas de crescimento recentes do país (de 3% a 4%).
Outro tema importante do debate eleitoral foi a insegurança. O México enfrenta sua maior série de violência ligada ao narcotráfico, com casos de chacinas, sequestros e desaparecimentos ligados a disputas entre cartéis e entre narcotraficantes e autoridades.
São estimados 50 mil mortos desde 2006, quando o presidente conservador Felipe Calderón foi eleito e abriu uma ofensiva contra o narcotráfico.
No entanto, não é esperada uma mudança extrema na política de repressão ao tráfico, nem a retirada do Exército das ruas do país.