Pelo menos nove estrangeiros e três afegãos morreram nesta terça-feira (18) vítimas de um ataque suicida em represália ao vídeo que parodia o profeta Maomé perpetrado contra um veículo de uma empresa nas proximidades do aeroporto de Cabul.

O ataque, cometido por uma mulher que dirigia uma caminhonete, ocorreu por volta das 6h45 local (23h15 Brasília). Todas as vítimas são civis, segundo afirmou o chefe de Investigação Criminal da Polícia de Cabul, Mohammed Zahir.

Soldado investiga a cena de ataque suicida em Cabul, no Afeganistão. (Foto: Ahmad Jamshid / AP Photo)Em comunicado emitido horas depois, a polícia informou que nove estrangeiros e três civis afegãos morreram. Além disso, dois integrantes das forças de segurança do país ficaram feridos.

O ataque foi reivindicado por um porta-voz do grupo insurgente Hezb-e-Islami Gulbudin, um movimento fundamentalista próximo ao talibã e que já cometeu vários atentados em Cabul no passado.

Segundo o porta-voz do grupo, Zubair Sediqui, o ataque foi cometido por uma jovem de 20 anos “como vingança pelo filme anti-islâmico feito por um cineasta americano”.

Sediqui afirmou que 16 pessoas morreram na ação. Os talibãs afegãos incentivaram a “vingança” contra o vídeo e o governo do país bloqueou o YouTube para evitar a divulgação do vídeo. Os protestos no Afeganistão foram menores do que no mundo árabe.

Cabul tem um aparato de segurança melhor do que outras cidades afegãs, mas é um alvo recorrente da insurgência talibã e de outros grupos jihadistas, que têm o objetivo de golpear as tropas internacionais no país e as instituições do governo afegão.

O último ataque suicida ocorreu em 8 de setembro e matou cinco adolescentes na zona diplomática de Cabul. Os talibãs lutam para derrubar o governo afegão e forçar a saída do país das tropas internacionais, e com isso instaurar um regime fundamentalista islâmico, que governou o país entre 1996 a 2001, ano da invasão dos EUA.