Faltando poucos dias para a 6ª Cúpula Brasil-União Europeia (UE), marcada para a próxima quinta-feira (24), em Brasília, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse esperar que o encontro represente mais um passo no aprofundamento da parceria estratégica, que pode servir de exemplo internacional.
Segundo Durão, “num mundo cada vez mais complexo e interdependente”, UE e Brasil devem “agarrar-se a estas afinidades para levar adiante a agenda global”.
“Estou convencido que a UE e o Brasil podem apontar o caminho para a promoção de uma governação multilateral mais forte”, para a “implementação dos compromissos do G20” e para o lançamento das “bases para um crescimento global sustentável e socialmente inclusivo”, entre outras áreas.
Na avaliação do presidente do Conselho Europeu (órgão político do bloco), Herman Van Rompuy, o Brasil e a União Europeia têm visões semelhantes “em termos de justiça internacional e mais igualdade social” e podem representar uma “força para o bem” no sistema internacional, atuando em sintonia.
“Estou desejoso de discutir com a presidenta Rousseff a cooperação efetiva com o Brasil em assuntos fundamentais da nossa agenda global e bilateral, tais como governação financeira e econômica global, as alterações climáticas, direitos humanos e assuntos ligados à ciência e tecnologia”, disse.
Para Alfredo Valladão, presidente do conselho consultivo da EUBrasil – associação sem fins lucrativos criada em 2004 com o objetivo de promover as relações econômicas, políticas e culturais entre União Europeia e Brasil – um aprofundamento nessas relações é do interesse de ambas as partes e deve ser promovido à margem das negociações com o Mercosul.
Ele destacou que “não há possibilidade de, em um futuro próximo, se alcançar um acordo UE-Mercosul”, em suspenso desde 2004, mas defendeu que isso não deve impedir o fortalecimento da relação.
Valladão argumenta que, para entrar num novo modelo de crescimento, o Brasil precisa ter acesso a mercados estrangeiros, sendo que a UE é o cliente mais importante, e abrir ainda mais o seu mercado para melhorar a competitividade das suas empresas.
O presidente do conselho consultivo da EUBrasil disse que é um erro continuar a defender o protecionismo no mundo de hoje, cada vez mais interdependente e com cadeias de produção transnacionais.
Por outro lado, defendeu que a UE, “no meio de uma enorme crise internacional”, deveria tentar facilitar o investimento estrangeiro direto do Brasil.
União Europeia e Brasil promovem na próxima quinta-feira, em Brasília, a sexta Cúpula Brasil-União Europeia (UE) desde o lançamento da parceria estratégica, em julho de 2007, em Lisboa. A agenda de discussões abrange diversos temas, como comércio, economia e segurança.
A UE estará representada no encontro por Durão Barroso, Van Rompuy e ainda pelo comissário do Comércio, Karel de Gucht. Pelo lado brasileiro, devem participar a presidenta Dilma Rousseff e vários ministros, entre os quais o chefe da diplomacia, Antonio Patriota.