Um ativista, líder indígena e cineasta está vivendo, por nove meses, um cotidiano muito distinto da sua realidade cotidiana – na cidade de Nova York.
Nilson Tuwe Huni Kui, de 29 anos, vem povo indígena Kaxinawá, também conhecido como Huni Kiu, de uma aldeia na região amazônica do Acre com apenas apenas 600 pessoas.
“Cheguei à cidade de Nova York diretamente da Floresta Amazônica ocidental brasileira. É uma viagem muito longa, chega primeiro sua matéria, você chega fisicamente supercansado. De um tempo que vai chegando seu espírito. Porque você vem muito rápido de avião, então seu espírito chega depois”, comenta.
Para chegar à aldeia de Nilson, é preciso realizar uma viagem de barco de cinco dias a partir da cidade mais próxima.
O jovem líder indígena está na metrópole americana para aprender inglês, e conta que o processo de adaptação tem sido complicado.
Choque
”Ao chegar aqui foi um choque, foi uma impressão muito forte. Primeiro, é uma cidade muito grande, com muita gente, de várias partes do mundo, que que falam línguas diferentes, que tem uma culinária diferente e, aqui, o clima é muito frio”, descreve.
Mas, a despeito das dificuldades iniciais, ele preza a experiência e o aprendizado.
”Eu sou filho de uma grande liderança, o meu pai é como se fosse o Obama lá da minha terra. Eu fui educado e escolhido como uma jovem liderança de meu povo, para ser um mensageiro. O meu sonho era poder aprender o inglês, divulgar a cultura do meu povo, conseguir mais parcerias.”
Ele se diz fascinado pela tecnologia e por imagens. ”Eu adoro a tecnologia e adoro trabalhar com filmagem. Através da tecnologia, você pode conhecer o mundo e pode fazer o mundo conhecer melhor o seu mundo. Eu gostaria muito, futuramente, de ser um profissional, na área do audiovisual, para ajudar o meu povo.”
Atualmente, ele prepara um documentário sobre tribos isoladas.