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Audi A3 Sedan S-Line, em test-drive na Europa: modelo deve ter papel de "Golf com bumbum"

Audi A3 Sedan S-Line, em test-drive na Europa: modelo deve ter papel de “Golf com bumbum”

A Audi anunciou nesta terça-feira (17), em Brasília (DF), que fabricará no Brasil os modelos A3 Sedan e Q3. A produção será no Paraná, onde a Volkswagen, controladora da marca premium alemã, possui fábrica. O três-volumes será lançado primeiro, no segundo semestre de 2015. O SUV compacto chega em 2016.

Na Europa, o A3 Sedan parte de 24.300 euros (cerca de R$ 73 mil, sem considerar taxas), com motor 1.4 TFSI de 122 cavalos e câmbio manual de seis marchas, e o Q3, de 32.150 euros (R$ 96 mil, idem), dotado de motor 2.0 TFSI de 170 cv, tração integral quattro e câmbio manual de seis marchas.

O anúncio desta terça surpreendeu os analistas, porque esperava-se a produção do A3 hatch no país — o modelo usa a mesma plataforma do Golf 7 e já teve fabricação nacional entre 2000 e 2006. Mas justamente essa coincidência entre os projetos pode ser a causa da opção pelo três-volumes, pois os preços do A3 hatch e do Golf seriam semelhantes (dependendo das versões) e poderiam provocar o chamado “canibalismo” dentro do mesmo grupo.

A explicação oficial da Audi é mais prosaica: o A3 sedan é um “produto de entrada” que “atende mais ao gosto do brasileiro”, segundo Bernd Martens, executivo global de compras da montadora. O dois-volumes continuará vindo por importação.

Para acomodar o A3 Sedan e o Q3, a unidade da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) ganhará nova linha de montagem e terá ampliada a área de pintura, num investimento total de 150 milhões de euros (cerca de R$ 450 milhões). No mesmo local deve ser feita a nova geração do Golf, carro que por ora é importado da Alemanha (a Volkswagen ainda não se pronunciou sobre o tema).

A Audi também anunciou a fabricação do SUV Q5, irmão maior do Q3, no México, a partir de 2016, com importação para o Brasil. 

O objetivo da Audi ao nacionalizar alguns modelos (os componentes locais serão de 30% a 35% do total) é fugir do aumento do IPI para os carros importados, estabelecido pelo governo federal em setembro de 2011.

Quase um ano depois, o Inovar-Auto (novo regime automotivo), negociado com a Anfavea (que reúne marcas com produção local), ordenou a questão e garantiu alíquota menor para fabricantes que nacionalizarem seus produtos.

EXPECTATIVAS
Atualmente, a Audi emplaca no Brasil cerca de 7 mil carros por ano. O objetivo, com a fabricação local, é chegar a 30 mil/ano (considerando capacidade de montar 26 mil/ano no PR). Até um motor bicombustível, de 1,4 litro, está sendo estudado pela montadora para o Q3 — hoje, ela trabalha apenas com unidades a gasolina, a diesel ou híbridas.

Na semana passada, o presidente da Mercedes-Benz na América Latina,  Philipp Schiemer, confirmou que a marca fabricará o jipinho GLA e o sedã Classe Cem São Paulo (mais provável) ou Santa Catarina. As operações no Brasil devem começar em 2015. Outra arquirrival da Audi, a BMW, já trabalha para erguer uma unidade em Santa Catarina.

“Temos como meta liderar o segmento premium no país”, disse Martens nesta terça em Brasília. Este ano, até o final de agosto, a BMW vendeu 8.968 carros e utilitários leves em nosso mercado (15º no ranking geral); a Mercedes emplacou 8.662 (16º), e a Audi, 4.350 (18º).