A Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) é a vencedora do Nobel da Paz 2013, anunciou nesta sexta-feira (11) a instituição, em Oslo, na Noruega.
A entidade está coordenando, junto a ONU (Organização das Nações Unidas), a destruição do arsenal de armas químicas da Síria em meio à guerra civil no país.
A operação é resultado de um plano estipulado pela comunidade internacional e ratificado pela ONU após acordo feito pelos Estados Unidos e pela Rússia para evitar uma intervenção militar.
De acordo com o comitê do prêmio, apesar de a organização ter ganhado notoriedade internacional com a ação na Síria, a instituição Nobel fundamenta a escolha na trajetória da organização, no que diz respeito a seu “extensivo trabalho para eliminar armas químicas”.
“Os fatos recentes na Síria, onde houve a utilização de armas químicas, evidenciou a necessidade de se aumentar os esforços para eliminá-las”, explicou Thorbjoern Jagland, secretário do Comitê do Prêmio Nobel da Noruega.
Na decisão, foi lembrado que ainda existem países que não assinaram a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas e que outros, como os EUA e Rússia, não cumpriram os prazos para a eliminação de seus arsenais.
Além do título, o Nobel da Paz contempla os ganhadores com um valor de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,25 milhão). A cerimônia de entrega acontecerá em Estocolmo em 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador do prêmio, Alfred Nobel.
A Opaq, que já foi indicada anteriormente, ganha o prêmio Nobel no ano em que completa 20 anos da assinatura da Convenção de Armas Químicas, tratado internacional criado em 1993 que proíbe a produção e armazenamento desse tipo de arma, e que deu origem a sua fundação, em 1997. Cento e oitenta e nove países aderiram ao tratado da Opaq, que tem sede em Haia (Holanda).
A Opaq é responsável pela destruição de 57.740 toneladas métricas de armas químicas em 86 países; o montante representa 81,1% do total do estoque desses países.
Candidaturas favoritas
A escolha da Opaq como vencedora do prêmio Nobel da Paz surpreendeu a mídia internacional, que dava praticamente como certa a escolha da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, 16.
A jovem ganhou notoridade mundial em 2012, após ser baleada na cabeça por talebans paquistaneses por sua atuação na defesa da educação escolar de mulheres no país.
Outra candidatura favorita era a do médico congolês Denis Mukwege, reconhecido pelo trabalho de auxiliar mulheres sobreviventes da violência sexual em tempos de guerra. O bispo mexicano José Raúl Vera López também era cotado.
Outros nomes cogitados há anos, tais como a ativista russa Svetlana Gannushkina –fundadora da organização de direitos humanos Memorial–, Sergei Kovalev e Lilia Shibanova, além da advogada chechena Lidia Yusupova.