O ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedich, advertiu nesta terça-feira (29) os Estados Unidos que, se for comprovado que algum de seus diplomatas espionou ou infringiu a lei alemã, o mesmo será expulso do país.
Em entrevista à emissora pública alemã “ARD”, o ministro alemão assegurou que, se as informações sobre a espionagem ao governo alemão forem confirmadas, “haverá as correspondentes consequências” e, portanto, “é correto o [rumor] que é veiculado agora”.
“Está bastante claro que, se alguém aqui na embaixada ou em algum outro lugar for responsável ou culpado neste assunto, será sancionado e, se for diplomata, deverá abandonar o país”, afirmou Friedrich.
Neste aspecto, o ministro acrescentou que essa “não seria a primeira vez que um diplomata seria expulso de uma embaixada” do país.
Friedrich ressaltou que o essencial neste momento é esclarecer o sucedido e, por isso, considerou que a Alemanha e EUA devem “responder em conjunto” as perguntas suscitadas em torno ao programa de espionagem americano em solo alemão.
De acordo com o ministro, neste momento, as autoridades americanas não têm respostas para muitas de suas perguntas.
Além disso, Friedrich se mostrou convencido de que a Alemanha tem que extrair consequências deste escândalo, repensar os acordos de transmissão de dados com os EUA e melhorar a segurança das comunicações tanto no distrito governamental de Berlim como no conjunto da rede europeia.
No entanto, durante a entrevista citada, Friedrich enfatizou o fato de “não cometer o erro de pôr em dúvida” o conjunto das relações bilaterais entre ambos os países, que qualificou de “boas e necessárias”.
Por sua parte, o comissário do governo alemão para a proteção de dados, Peter Schaar, pediu aos sócios europeus não atrasar a nova direção que fixará regras mais estritas para as empresas tecnológicas americanas que operam na UE, uma norma que, segundo ele, deveria ser aprovada antes das próximas eleições ao Parlamento Europeu.
Schaar se mostrou a favor da proposta da Eurocâmara para suspender o acordo de transferência de dados bancários, assinado com os EUA com base na luta antiterrorista, até que se esclareça o escândalo de espionagem dos serviços secretos americanos à Europa.