O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu hoje (2) as potências ocidentais de que não há uma solução militar para a crise na Ucrânia, no momento em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se prepara para reforçar sua presença no Leste da Europa. Ele disse que está profundamente preocupado com a situação na Ucrânia e quer evitar a deterioração da crise que “evoluiu para uma situação caótica e perigosa”.
Durante visita à Nova Zelândia, Ban Ki-moon lembrou a jornalistas que isso tem implicações regionais e mesmo globais. “É por isso que tenho tentado chegar às autoridades ucranianas e russas, às mais altas autoridades, para abordar o assunto e resolver [a crise] de forma pacífica e por meio do diálogo”, disse.
O secretário destacou as preocupações ocidentais sobre os avanços no Leste da Ucrânia por insurgentes pró-russos, que Kiev diz serem apoiados por forças russas, mas Moscou insiste serem rebeldes separatistas. “Eu sei que a União Europeia, os norte-americanos e a maioria dos países ocidentais estão discutindo, de forma muito séria, como lidar com esse assunto”.
“Para ele, o importante, a essa altura, é que saibam que não há uma solução militar para o problema. Deve haver diálogo político para uma solução política, esse é o caminho mais sustentável”, observou.
O secretário-geral da Aliança Atlântica disse, nessa segunda-feira (1º), que os líderes dos países aliados vão aprovar esta semana um plano de ação. O objetivo é dotar a organização de uma resposta ao comportamento “agressivo” da Rússia na crise ucraniana.
Rasmussen explicou que os chefes de Estado e de governo dos 28 países da Otan vão analisar o Plano de Ação Rápida (RAP, na sigla em inglês) que fará com que a Aliança Atlântica fique mais “ágil do que nunca”, reforçando a defesa coletiva dos Estados-Membros.
Relatório da ONU divulgado na semana passada estima quase 2.600 mortos e cerca de 430 mil deslocados, desde o início do conflito no Leste da Ucrânia, em meados de abril.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma série de sanções à Rússia no âmbito da crise da Ucrânia, que provocou a pior degradação das relações entre Moscou e o Ocidente desde o fim da guerra fria.