Pais dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos desde setembro passado iniciaram ontem (13) viagem pelo país com o objetivo de sensibilizar a população para o caso e aumentar a pressão sobre o governo mexicano.
“O objetivo é dizer às pessoas que vamos continuar a exigir do governo que os encontre, porque para nós eles continuam vivos e é preciso continuar com as buscas”, afirmou Epifanio Alvarez, pai de um dos estudantes desaparecidos.
Vários veículos partiram ontem simultaneamente da escola de Ayotzinapa, onde estudavam os jovens desaparecidos. O objetivo é percorrer sete estados mexicanos e chegar no dia 20 de novembro à capital do país.
“Trata-se de pedir às populações apoio para encontrar estes jovens”, disse um membro do comitê de estudantes da escola de Ayotzinapa, a cerca de 290 quilômetros ao sul da capital mexicana.
Segundo as investigações da Polícia Federal, agentes policiais de dois municípios podem ser os principais responsáveis pelo desaparecimento dos 43 estudantes em Iguala no dia 26 de setembro.
Segundo as investigações, os policiais entregaram os estudantes a membros do cartel Guerreros Unidos. Três membros deste grupo admitiram que os estudantes foram assassinados e os corpos, queimados.
Os estudantes são considerados oficialmente como desaparecidos até que existam provas genéticas de que os vestígios humanos encontrados em Cocula, município vizinho de Iguala, são dos jovens.
Para contestar a condução das autoridades mexicanas deste caso, vários protestos no país têm sido realizados, muitos dos quais acabaram em confrontos e atos de violência.
Na quarta-feira (12), cerca de 500 manifestantes incendiaram edifícios governamentais em Chilpancingo, no estado de Guerrero.
Na terça-feira (11), manifestantes incendiaram, também em Chilpancingo, a sede regional do Partido Revolucionário Institucional, o partido no poder no estado de Guerrero.