A polícia de Hong Kong desarticulou hoje (15) o último reduto dos acampamentos do movimento pró-democracia, que terminou com 17 detidos. A operação policial ocorrida no distrito comercial de Causeway Bay foi a terceira em menos de um mês para acabar com os acampamentos nas ruas da antiga colônia britânica.
Em Causeway Bay, apenas cerca de 50 manifestantes resistiam no acampamento improvisado numa das ruas desde o fim de setembro. Em uma hora, agentes policiais, com o apoio de gruas, desimpediram os mais de 100 metros de rua ocupados.
Assim como nas operações anteriores, foi montado um cordão na área, onde pelo menos 20 pessoas continuavam sentadas, resistindo às advertências policiais para abandonarem a via, sob pena de serem detidos.
Pelo menos 17 pessoas foram detidas, enquanto cerca de 100 gritavam slogans pelo sufrágio universal sem restrições ou condições para Hong Kong. Entre os detidos está o “tio Wong”, um idoso que já foi preso na quinta-feira (11), durante a operação de despejo do principal acampamento dos manifestantes pró-democracia, no distrito financeiro de Admiralty.
“É a minha segunda detenção em menos de uma semana, farei o que for preciso para continuar a defender a democracia nesta cidade”, disse Kenneth Chan, deputado do Partido Cívico, que também foi detido na quinta-feira durante a operação policial em Admiralty.
Com a operação em Causeway Bay, as autoridades de Hong Kong tentam acabar com o movimento, apelidado de “revolução dos guarda-chuvas”. Para esta tarde estava previsto o desmonte de cerca de 20 tendas de campanha, que ainda permanecem montadas na porta do edifício do Conselho Legislativo (Parlamento).
Na quinta-feira, milhares de policiais participaram da operação em Admiralty, região que figurou como o epicentro dos protestos iniciados no final de setembro. Essa operação policial terminou com mais de 200 detidos.
As manifestações a favor de maiores liberdades democráticas em Hong Kong dos últimos dois meses e meio, a maioria de caráter pacífico, figuraram como o maior desafio ao governo chinês nos últimos 25 anos, após a sangrenta repressão do movimento estudantil de Tiananmen.