O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez nesta terça-feira (madrugada de quarta, no Brasil) o tradicional discurso do Estado da União, em que desafiou o Congresso dominado pelos republicanos, propondo um aumento de impostos para ajudar os americanos de classe média, dando inicío a um debate acirrado que pode ter impacto na campanha que o substituirá em 2016

Em seu pronunciamento, Obama propôs um plano para aumentar os benefícios à classe média elevando os impostos para os ricos e as empresas de serviços financeiros em US$ 320 bilhões ao longo de 10 anos.

Depois da eleição legislativa de novembro, Obama e os republicanos deram sinais de que veem a reforma fiscal como área de possíveis concessões. Mas os republicanos que controlam as duas casas do Congresso não estão dispostos a aumentar impostos para ninguém e logo repudiaram a sugestão do presidente.

O objetivo de Obama é ajudar aqueles que não foram resgatados pela recuperação econômica em andamento após seus seis anos no cargo, que o democrata assumiu em um momento de crise financeira grave.

Ansioso para abrilhantar seu legado a dois anos do final de seu segundo mandato, Obama compareceu diante da sessão conjunta do Congresso à meia-noite (horário de Brasília).

Pesquisas recentes mostram que a popularidade de Obama saiu de seus índices mais baixos. Um levantamento da rede NBC News e do jornalWall Street Journal realizada na semana passada revelou que 49% dos americanos aprovam a condução de Obama na economia, a taxa mais alta desde seu primeiro ano de governo.

O discurso também permite a Obama atualizar seus compatriotas sobre a luta contra os extremistas islâmicos duas semanas depois de 17 pessoas terem sido mortas em ataques em Paris.

Ele ainda defendeu sua decisão de buscar normalizar as relações diplomáticas dos EUA com Cuba. Alan Gross, o ativista humanitário norte-americano cuja libertação de uma prisão cubana ajudou a abrir caminho para a restauração dos laços diplomáticos com Havana, será um dos convidados da primeira-dama, Michelle Obama, no discurso.