O embaixador do Brasil na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, se reuniu na manhã de hoje (21) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário-geral das Relações Exteriores, embaixador Sérgio França Danese.

Soares chegou a Brasília três dias após a execução por fuzilamento, no último sábado, do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado a pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia.

O gesto diplomático de chamar um embaixador para consultas significa um descontentamento com as ações adotadas pelo governo da Indonésia, que, antes da execução de Marco Archer, desconsiderou vários pedidos de clemência ao réu feitos pelo governo brasileiro.

Em nota, o governo brasileiro lembrava que, reconhecendo a gravidade dos crimes que levaram à condenação, e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésio, a presidenta tinha dirigido pessoalmente, na sexta-feira (16), um apelo humanitário ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, para que fosse concedida clemência ao réu, como prevê a legislação de seu país.

“A presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico como na carta enviada, posteriormente, por Widodo, diz a nota.

“O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países”, informou a nota, encerrando com a notícia  de que o governo estava chamando seu embaixador em Jacarta para consultas.

O último caso em que o governo lançou mão do mesmo gesto diplomático foi em julho de 2014, chamando para consultas o embaixador brasileiro em Israel, Henrique da Silveira Sardinha Pinto.

Na ocasião, o Itamaraty divulgou nota considerando inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina, que resultou em cerca de 2 mil mortes, e condenou “energicamente o uso desproporcional da força” por Israel na Faixa de Gaza.