Um refugiado foi eletrocutado hoje (18) perto da entrada do Canal da Mancha, na França, quando tentava subir no teto de um trem para seguir viagem até a Inglaterra, informou a polícia.
“Pouco antes da meia-noite, um migrante – provavelmente sírio – foi encontrado morto no teto de um vagão de mercadorias no Canal da Mancha”, disse um porta-voz da polícia à agência de notícias francesa AFP.
Trata-se da décima morte de um migrante perto do Canal da Mancha, em Calais, desde 26 de junho passado que envolve pessoas que tentam chegar à Inglaterra, de acordo com uma fonte oficial ouvida pela AFP.
A data em questão corresponde ao início da crise migratória na região de Calais e da primeira morte de um migrante clandestino etíope no Canal da Mancha.
Questionado pela AFP, a Eurostar indica que a questão migratória ainda não teve repercussões no tráfego, que pode tornar-se mais complicado este fim de semana, com o início, hoje à noite, da Copa do Mundo de Rugby na Inglaterra, com milhares de torcedores tricolores esperados em Londres para a final de sábado entre Itália e França.
De acordo com fonte do Eurostar, não houve interrupção do tráfego após este novo acidente, uma vez que o vagão de mercadorias estava num anexo.
O grupo Eurotunel confirmou as informações e reiterou o seu apelo aos clandestinos para não tentarem subir nos trens de mercadorias, que permitem uma viagem de 35 minutos entre Coquelles (França) e Folkestone (Inglaterra).
“Deploramos o que aconteceu e que prova, uma vez mais, que qualquer tentativa de travessia ilegal na Mancha comporta riscos consideráveis”, indicou um porta-voz do Eurotunel à AFP.
Cerca de 3 mil migrantes, provenientes principalmente da Africa, do Afeganistão e da Síria, encontram-se na região de Calais na esperança de entrar em Inglaterra, que por eles é considerada um eldorado. Atualmente, cerca de 4 mil migrantes estão num campo de refugiados a cerca de 40 quilômetros de Calais.
No final de julho passado, o grupo Eurotunel estimou em cerca de 2 mil as tentativas de “invasão” por noite no Canal da Mancha.
Para evitar isso, foram realizados no local vários trabalhos durante o verão, incluindo barreiras nas proximidades, bem como um anel viário que leva ao porto de Calais, que veio a diminuir o número de tentativas de entrada (entre 100 a 200 por noite, em meados de agosto) e passagens clandestinas em caminhões.