O Ministério do Interior da Alemanha anunciou hoje (13) que manter até 31 de outubro o controle de suas fronteiras, introduzido temporariamente há cerca de um mês.
Berlim implementou o controle das fronteiras em 13 de setembro, para conter a entrada de dezenas de milhares de refugiados no país, suspendendo assim os acordos de Schengen sobre a livre circulação no espaço europeu.
“A situação nas fronteiras é tal que não podemos passar sem esta medida”, diz carta do ministro do Interior alemão endereçada à Comissão Europeia. “Nós precisamos voltar a ter um tratamento ordenado da política de refugiados”, sublinhou.
Conforme o Acordo de Schengen, os 26 países europeus signatários podem estabelecer temporariamente o controle de fronteiras com outros estados-membros no caso de detectarem alguma ameaça à segurança nacional ou em circunstâncias excepcionais.
Os membros podem estabelecer os controlos nas fronteiras durante 10 dias e, depois, passar para períodos renováveis até 20 dias, num total máximo de dois meses.
A Alemanha, um dos países mais populosos da União Europeia e economia forte, tem recebido a maior parte dos refugiados que escapam da guerra e da pobreza, com números que podem chegar a de 800 mil a um milhão, neste ano.
A chanceler Angela Merkel pediu ao país para acolher os recém-chegados e ajudá-los em sua rápida integração, mas enfrentou duras críticas, caindo nas sondagens e fazendo aumentar os receios do que a onda de refugiados pode causar à Alemanha.
Para o sul do estado da Baviera – principal porta de entrada aos imigrantes que viajam através dos Balcãs e da Áustria – foi proposta a criação de zonas de trânsito, onde os migrantes aguardariam até os pedidos de asilo serem avaliados.
Políticos do centro-esquerda dos sociais-democratas, parceiros na coligação governamental de Merkel, expressaram ceticismo em relação à medida, argumentando que os locais equivaleriam a “centros de detenção em terra de ninguém”.
*Ampliada às 8h36