O chefe de gabinete responsável pela fiscalização e cumprimento da lei no distrito chinês onde um deslizamento de terras soterrou 33 edifícios, na semana passada, suicidou-se.

De acordo com um comunicado emitido pela polícia local, Xu Yuan’an, chefe do Gabinete para o Reforço da Lei e Administração Urbana do distrito de Guangming, na cidade de Shenzhen, no sul do país, saltou de um edifício.

O deslizamento, ocorrido na semana passada numa zona industrial, provocou, até o momento, sete mortos. O número de desaparecidos foi revisto para 75.

Trata-se do segundo grande acidente industrial na China em quatro meses e, entre as possíveis causas, está o acúmulo ilegal e excessivo de resíduos de construção e terra. Com a chuva intensa que caiu sobre a região os resíduos se transformaram em lama.

Xu foi um dos funcionários que aprovou o projeto de aterro sanitário, de acordo com uma reportagem publicada em um jornal local.

Em agosto, duas explosões, em um terminal de contentores que armazenava ilegalmente 3 mil toneladas de produtos químicos, na cidade portuária de Tianjin, causaram 173 mortos e 700 feridos.

Os funcionários responsáveis pela gestão urbana – uma espécie de polícia municipal – conhecidos como Chengguan, em chinês, são encarregados pela fiscalização do cumprimento de regulamentos, como a proibição de vendedores ambulantes ou a criação de certas espécies de animais de estimação.

Nos últimos anos, vários casos de abuso do poder envolvendo estas autoridades ganharam notoriedade na China, incluindo um espancamento até a morte de um vendedor ambulante de melancias, em 2013.

No mesmo dia, a imprensa estatal chinesa informou que o dono de uma mina de calcário no leste da China também se suicidou, depois de uma erosão, causada por condições de segurança precárias, ter deixado um morto e 17 pessoas presas.