Um homem que vestia uniforme militar foi morto pela polícia turca depois que abriu fogo diante do Tribunal de Ancara nesta segunda-feira (18), três dias depois que o governo de Recep Tayyip Erdogan repeliu uma tentativa de golpe de Estado do Exército.
O incidente ocorreu no tribunal, no momento em que 27 generais e almirantes detidos pelo golpe prestavam depoimento, entre eles Akin Ozturk, considerado um dos principais estrategistas da tentativa de assumir o poder. Ele foi comandante da Força Aérea turca de 2013 a 2015 e é próximo do clérigo islâmico Fethullah Gullen, que vive em exílio nos Estados Unidos e teria ajudado a articular o golpe.
De acordo com a imprensa turca, os 27 oficiais detidos representam quase um terço dos generais do país. Além deles, o governo de Erdogan suspendeu o mandato de 30 prefeitos, do total de 81. Também hoje o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, informou que subiu para 313 o número de mortos e para 1.491 o de feridos nos combates relacionados à tentativa de golpe.
Destas vítimas, 146 eram civis, 60 atuam como policiais, três eram soldados e 104 faziam parte dos militares golpistas. Já as pessoas presas por ligação com a tentativa de golpe são 7.543, sendo 6.030 militares.
Uma ala do Exército turco que seria próxima a Gullen tentou assumir o poder na noite de sexta-feira, na Turquia, colocando tanques na rua e caças F-16 sobrevoando as principais cidades do país. Mesmo com sua popularidade baixa, Erdogan conseguiu reverter a situação depois de cinco horas. Parte da população que o apoia também lutou contra os militares.