O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e outras lideranças estão em Marrakech, no Marrocos, participando da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP22). Costa disse que o maior desafio que o mundo enfrenta atualmente é o combate às alterações do clima.

“A Europa deve prosseguir, os países desenvolvidos têm de prosseguir [com a implementação de ações de combate às alterações climáticas] e a solidariedade com os países em vias de desenvolvimento, designadamente em relação aos países africanos, é absolutamente essencial”, afirmou.

“Este é um desafio que não permite mais adiamentos, porque todos os dias a ameaça é maior. Por isto, é prioritário desenvolver novas políticas de mobilidade, lançar a reabilitação urbana para a melhoria da eficiência energética e trabalhar no sentido do desenvolvimento das energias renováveis”, disse Costa.

Ele também falou da importância de todos os países cumprirem com o compromisso assumido na COP21, em Paris, ano passado. “Se um dos países segue um caminho de retrocesso, por muito importante que esse país seja, como os Estados Unidos, a pior coisa que poderia acontecer era nos deixar contaminar porque então aconteceria um retrocesso generalizado”.

“Seria uma enorme decepção se algum dos países mais desenvolvidos do mundo, nomeadamente os Estados Unidos, recusasse agora o compromisso assumido, mas não podemos ficar todos bloqueados por uma decisão errada de um país”, concluiu Costa.

Combate às alterações climáticas

Desde o último dia 7, centenas de delegações e líderes mundiais estão em Marrakech para debater a implementação do acordo para o combate às alterações climáticas alcançado em Paris, em dezembro de 2015. O encontro segue até a próxima sexta-feira (18).

O Acordo de Paris, como ficou conhecido, estabelece um plano global para manter o aumento da temperatura abaixo dos 2°C e entrou em vigor em 4 de novembro de 2016.

Durante a conferência, as delegações debatem os planos nacionais e como eles serão implementados. São discutidos, ainda, o reforço da ação climática até 2020, quando a maioria dos planos nacionais será posta em ação; e o acesso dos países em desenvolvimento a financiamento e apoios, como a transferência de tecnologias.

Portugal pretende seguir um percurso de descarbonização total (eliminar as emissões de carbono) da economia até 2050. Para alcançar esta meta, está prevista a revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono, iniciativa assinalada no Acordo de Paris e com data de conclusão até 2018.