O governo britânico não realizou uma avaliação formal sobre o impacto que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), conhecida como Brexit, terá na economia do país, admitiu nesta quarta-feira (6) o ministro para o assunto, David Davis. As informações são da Agência EFE.

Durante uma sabatina diante do comitê do Brexit da Câmara dos Comuns, Davis disse que “não há uma avaliação sistemática do impacto”, embora o governo tenha elaborado “análises por setores”, mas não uma “previsão” sobre o que possa ocorrer uma vez que o Reino Unido se retire do bloco europeu em março de 2019.

A presidente desse comitê, a trabalhista Hilary Benn, perguntou se o governo tinha ordenado uma avaliação profunda sobre o impacto do Brexit nos diferentes setores da economia, entre eles o automotivo, o aeroespacial e o financeiro.

“Acredito que a resposta será não em todos eles”, respondeu o ministro do Brexit, responsável por negociar com Bruxelas os termos do desligamento britânica da UE.

Estudos

Davis acrescentou que serão realizados estudos uma vez que o Reino Unido passe à segunda fase das negociações com Bruxelas, que se centrarão na relação comercial entre este país e a UE.

Concretamente, o ministro explicou que os estudos se centrarão em aspectos como um eventual acordo comercial com a UE ou se o país se regerá pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo britânico está concentrado, nesta semana, em salvar o acordo do Brexit e passar para a segunda fase.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, esteve a ponto de assinar um acordo com Bruxelas na segunda-feira (4), mas foi impedida por seus aliados do Partido Democrático Unionista (DUP), que se opunham a certos termos relacionados com a fronteira irlandesa.

May precisa do apoio dos dez deputados do DUP para governar após perder a maioria nas eleições do último mês de junho.

A primeira fase das negociações está centrada na situação legal dos cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido e dos britânicos que residem na UE; na conta que Londres deverá pagar por sua saída do bloco; e na situação da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.