Um grupo de especialistas de alto nível da Comissão Europeia criado para discutir a questão das fake news (notícias falsas) começou hoje (15) os  trabalhos com o objetivo de buscar uma definição para o tema e fornecer à União Europeia (UE) elementos para enfrentá-lo. As informações são da EFE.

“O objetivo principal do grupo é dar à Comissão opções e elementos de reflexão sobre todas as questões ligadas às fake news nos meios de comunicação tradicionais e sociais, e sobre a maneira de lidar com suas consequências políticas e sociais”, disse em coletiva de imprensa a comissária europeia de Economia e Sociedade Digital, Mariya Gabriel.

Para isso, uma das primeiras tarefas que o grupo deverá realizar é a de buscar uma definição concreta para as fake news.

“Sabemos que as informações falsas devem ser delimitadas por conteúdos ilegais, para os quais temos disposições nas leis europeias, nas leis nacionais”, disse a comissária, que reconheceu, no entanto, que a maior parte das fake news “não são ilegais”.

O grupo criado pela Comissão, que recebeu 350 solicitações de candidatos, é “inclusivo”, com mais de 40 representantes de redes sociais, meios de comunicação, sociedade civil e do mundo jornalístico e acadêmico, e é presidido pela professora e jurista holandesa especializada em comunicação Madeleine de Cock.

Mariya Gabriel explicou que os resultados das discussões deste grupo serão integrados com os das consultas públicas sobre fake news impulsionadas por Bruxelas.

Tudo isso servirá de base para a Comissão apresentar uma comunicação (documento não legislativo) sobre as ‘fake news’ no segundo trimestre.

“O nosso objetivo é ver quais ações comuns podemos tomar em nível europeu” diante deste fenômeno, disse a comissária, que o qualificou de “ameaça aos valores democráticos”.

Para Mariya, é importante “melhorar a liberdade de expressão e o pluralismo dos meios de comunicação” e a “maneira pela qual os cidadãos têm acesso à informação”, diante da “inquietante” propagação de notícias falsas.

“Por isso, devemos elaborar mecanismos que identifiquem e limitem a circulação” das fake news, bem como para “favorecer a transparência, a credibilidade das fontes de informação”, concluiu.