O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, pediu neste sábado (10) que a comunidade internacional atue urgentemente contra a escalada do conflito sírio e envie o caso ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A informação é da agência EFE.
“Após sete anos de paralisia no Conselho de Segurança, a situação na Síria pede a gritos para ser transferida ao Tribunal Penal Internacional e um esforço muito mais coordenado por parte dos países para levar a paz ao país”, afirmou Zeid em comunicado.
“A gestão desta guerra foi uma tremenda vergonha desde o princípio e a impossibilidade de acabar com ela implica fracasso épico da diplomacia global”, ressaltou.
A ONU dispõe de informações e de vídeos que sugerem que no último dia 4 de fevereiro foram empregados agentes tóxicos em bombardeios sobre uma área residencial em Saraqueb, embora aparentemente ninguém tenha morrido durante o ataque, disse Zeid, que também se referiu à escalada do enfrentamento armado nas províncias de Idlib e Ghouta Oriental.
Os ataques atingiram pelo menos nove centros médicos, seis deles em Idlib e três em Ghouta Oriental, acrescentou, qualificando os bombardeios como uma “ironia cruel”, levando em conta que ambas as áreas foram declaradas zonas de distensão.
O escritório de Zeid recebeu relatórios sobre a morte de pelo menos 277 civis entre os dias 4 e 9 de fevereiro, 230 deles por bombardeios aéreos do governo sírio e seus aliados. Outros 812 civis ficaram feridos.
Zeid também disse que ocorreram vários ataques com morteiros e mísseis em áreas controladas pela oposição em regiões povoadas em Damasco e em seus subúrbios, controlados pelo governo sírio, nos quais morreram pelo menos sete civis e 18 ficaram feridos entre 6 e 9 de fevereiro.
Em Afrin, controlado por forças curdas, uma ofensiva turca iniciada em 20 de janeiro causou a morte de crianças, e parte da população que quer fugir não pode fazê-lo porque as milícias impedem, disse Zeid.
Por sua vez, no leste do país continuam os bombardeios e ataques terrestres em áreas sob controle do Estado Islâmico, principalmente em Deir ez-Zor, enquanto em Raqqa os sírios continuam enfrentando duras condições de vida após a expulsão dos jihadistas no ano passado.