O ex-aluno que promoveu um massacre em uma escola em Parkland, na Flórida, está “triste e arrependido”, de acordo com a sua defensora pública. Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas e deixou vários feridos na escola Marjory Stoneman Douglas na quarta-feira (15).
“Ele está plenamente consciente do que está acontecendo. Ele é apenas um ser humano devastado”, afirmou Melisa Mcneill, que é sua principal advogada, segundo a CNN.
Na quinta-feira, ele passou por uma breve audiência em Broward, onde responde por 17 homícidios premeditados.
Cruz chegou ao colégio de Uber e levava um rifle AR-15 escondido em uma capa preta e muita munição, de acordo com a polícia.
Acredita-se que ele tenha provocado o disparo do alarme de incêndio para provocar a saída dos estudantes e, assim, conseguir atingir mais vítimas. Após fazer os disparos, ele se misturou aos alunos e conseguiu deixar o colégio.
Cruz entrou, então, no supermercado Walmart e comprou algo para beber em uma unidade da rede Subway. Ele deixou o local caminhando. O atirador também entrou em um McDonalds, onde se sentou por um curto momento e saiu a pé. Ele foi preso mais tarde.
‘Perfil perturbador’
O “Miami Herald” conversou com professores e alunos que dizem que Cruz era considerado uma pessoa problemática, que ameaçava colegas e não tinha autorização para entrar no prédio portando mochilas – decisão que teria sido tomada devido ao seu interesse obsessivo por armas. Ele foi expulso da escola por motivos disciplinares, mas o motivo exato não foi divulgado.
A imprensa americana encontrou em sua conta no Instagram, que foi bloqueada após o tiroteio, uma série de fotos em que Nikolas Cruz aparece com facas e arma de fogo. Na avaliação do xerife Scott Israel, o conteúdo de suas redes sociais era “pertubador”, segundo a CNN.
O aluno Brandon Minoff, que chegou a fazer um trabalho em grupo com Cruz, afirmou que ele era “quieto e estranho”. “Ele não parecia ter amigos, mas uma vez que davam uma oportunidade ele gostava de falar”, contou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que há “muitos sinais” de que o atirador tem problemas mentais. Porém, a família que o hospedava acredita que ele esteja depressivo por causa da morte da mãe, ocorrida em novembro, e não por conta de uma doença mental.
De acordo com o advogado que representa essa família, Jim Lewis, quando ele se mudou para morar com essa família, ele levou consigo o rifle AR-15.
Vigília
Na noite de quinta-feira (15), milhares de pessoas se reuniram em uma vigíliaem lembrança dos 17 mortos no massacre.
Durante a homenagem, jovens e adultos se emocionaram ao ouvir o testemunho do pai da menina Jaime Guttenberg, de 14 anos, uma das assassinadas no ataque.
Emocionado, Fred Guttenberg explicou que no ano passado perdeu um irmão vítima de um câncer, que apareceu em decorrência dos atentados do 11 de setembro de 2001, segundo a agência Efe.