Cerca de 1.200 pessoas lotaram o auditório Simon Bolivar na segunda-feira, 8, na abertura do III Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo (Festibero), realizado pelo Memorial da América Latina. O festival vai até domingo, 14, com entrada gratuita para todos os espetáculos, inclusive os da Mostra Paralela no Circo Tubinho.

O primeiro a pisar o palco foi o ator Lima Duarte, que havia prometido uma surpresa na apresentação do monólogo O Ator, de Chico de Assis. E ela veio logo após sua interpretação. Na tela, surge o personagem de Lima Duarte na novela Caminho das Indias, segurando uma naja pelo pescoço e “conversando” com a cobra. Um descuido e a serpente se estica e dá uma bicada no lábio de Lima. “Essa cena aí não foi ao ar, mas é um exemplo de como é a vida de ator. Aquele lá, não era eu, era o personagem. Na vida real eu não faço isso, que não sou louco”, explicou o ator, que em seguida revelou o seu lado de cineasta com a exibição de um filme produzido em uma aldeia indígena com atores mirins da ONG Bem-Te-Vi, em que Lima Duarte colabora.

Àquela altura do espetáculo as pessoas que haviam formado uma grande fila na porta do auditório já se acomodavam pelo chão e participavam do frisson que correu a sala quando Denise Fraga apareceu diante do palco. Puxando a fila, A Alma Boa de Setsuan liderou o elenco na distribuição dos folders da peça que continua em cartaz na cidade. Foi o primeiro gesto com que ganharia a empatia do público que, uma hora e pouco depois, iria aplaudi-la de pé e ao competente elenco que abriu o Festibero 2010.

A programação tem sequência nesta terça-feira, 9, com duas peças de companhias estrangeiras: Rodando (Argentina) e Los Padres Terribles (Uruguai). Também começa a mostra paralela no Circo Teatro Tubinho, armado ao lado do auditório, com a Canção de Bernardete, às 18 horas. Na quarta, também nesse horário, será apresentado O Ébrio, outro clássico da dramaturgia nacional e um dos mais tradicionais no gênero de circo teatro.

Na Mostra Principal, a noite começa com mais a exibição pelo Grupo Tapa da peça As Viúvas, de Arthur Azevedo, com direção de Sandra Corveloni, premiada atriz brasileira que ganhou a Palma de Ouro de 2008 em Cannes. Em seguida, entra em cena a montagem do grupo peruano Komilfó Teatro, La importancia del abrazo