Estreia em 7 de maio um filme que coloca a Amazônia no centro de uma história à la James Bond. Um dos atores convidados, o mexicano Joaquín Cosio, chegou a interpretar um personagem secundário em “Quantum of Solace”, de 2008, último longa sobre o agente secreto mais famoso do mundo.
Agora, em “Segurança Nacional”, dirigido pelo cineasta Roberto Carminati, Cosio faz o papel do terrorista e narcotraficante (fictício) Hector Gasca, que planeja destruir o quartel general do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) em Manaus. O vilão, no entanto, é desmascarado pelo melhor funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): o agente Marcos Rocha, interpretado por Thiago Lacerda.
A informação sobre o possível ataque chega à diretora da entidade (Angela Vieira), e ao primeiro presidente negro do Brasil, interpretado por Milton Gonçalves. Com a soberania brasileira na Amazônia ameaçada, o país entra em estado de alerta – e a trama central da história está formada. Co-escrito por Carminati, Bruno Fantini e Daniel Ortist, o roteiro do thriller brasileiro na floresta segue recheado de aventura, com direito a cenas reais de treinamento do Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB).
A aparição de aeronaves oficiais, caças, barcos e armamento real é constante em “Segurança Nacional”, primeiro longa filmado em parceria com as Forças Armadas, segundo Carminati.
O processo de gravação contou até com o trabalho de soldados de selva, que serviram como figurantes em mais de uma ocasião.
Produzido com R$ 5 milhões, o filme mostra um Brasil militarmente poderoso e bem equipado, pronto para lutar contra ameaças internacionais. Na vida real, o narcotráfico representa uma das principais preocupações nas regiões de fronteira da Amazônia.
Como forma de se proteger contra o perigo externo, o governo brasileiro regulamentou em 2004 a Lei do Abate, que permite a derrubada de aeronaves que invadem o espaço aéreo sem autorização.
Os atores e demais integrantes da equipe de filmagem tiveram por quase dois anos a oportunidade de vivenciar de perto o trabalho das Forças Armadas do Brasil na floresta. “Na Amazônia, filmamos diversas sequências aéreas, decolando de Manaus. Thiago Lacerda e eu chegamos a dormir em vilas militares do Exército, no Centro de Instrução de Guerra na Selva, nas mesmas camas usadas pelos soldados.
Não é o local mais confortável do mundo, mas ajudou a entrar no clima do filme”, explica o diretor Roberto Carminati. “Fomos acordados ao som de petardos (um tipo de bomba) e tínhamos de tomar café em poucos minutos. Foi uma experiência muito boa.”
Assim como os soldados figurantes, o Sivam e a Abin também são elementos do filme baseados em fatos reais. As duas entidades compõem a infraestrutura de segurança do país e foram gravadas para aparecer nas telonas da maneira mais fidedigna possível, segundo Carminati.
“A única coisa que criamos na história foi o vilão Hector Gasca, um personagem fictício que quer peitar o Brasil. Ele fala espanhol, mas o filme não identifica seu país de origem, pois não quisemos entrar neste mérito. Durante as filmagens, conversamos com soldados e agentes que viveram situações reais, e seus relatos contribuíram para consolidar o projeto”, diz o cineasta.
Influências
Carminati gosta de ver filmes com heróis brasileiros como protagonistas desde que era criança, mas não nega a influência estrangeira de personagens como James Bond, Jack Ryan e Rambo em sua vida profissionail.
“Muitos filmes americanos e europeus de espionagem serviram de referência. Mas buscamos mostrar como as coisas funcionam no Brasil”, explica ele. O diretor já começa a preparar novo projeto que também terá parceria das Forças Armadas e a Amazônia como tema, desta vez envolvendo tecnologia 3D. O lançamento oficial de “Segurança Nacional” está marcado para 6 de abril, na Base Aérea da FAB em São Paulo.