A novela o “Bem Amado”, sem dúvida nenhuma, é um dos maiores sucessos da televisão brasileira; escrita por Dias Gomes, foi exibida originalmente em 1973 e depois, no período de 1980 a 1984 virou seriado e mais recentemente, no ano passado, ganhou as telas dos cinemas de todo Brasil.
Agora, entre os dias 18 e 21 de janeiro, o público vai se deliciar novamente com as aventuras de Odorico Paraguaçu numa nova versão, produzida por Guel Arraes especialmente para a televisão em quatro capítulos, que serão mostrados logo depois do “Big Brother Brasil”.
Ao todo, a microssérie “O Bem Amado” terá 26 minutos a mais além dos 107 originais. Com cenas extras, as tramas paralelas do filme ganharam mais destaque e a edição modificou o ritmo da narrativa.
Nesta versão, Marco Nanini interpreta o lendário Odorico Paraguaçu, prefeito da pequena Sucupira, cuja meta principal é a inauguração do cemitério municipal.
Usando de recursos não muito ortodoxos, ele finaliza a obra, mas o problema é que ninguém morre na cidade. Em sua trajetória para produzir um defunto, surge Ernesto (Bruno Garcia), o moribundo primo das irmãs Cajazeiras – interpretadas por Andrea Beltrão, Zezé Polessa e Drica Moraes -, aliadas do prefeito. Em Sucupira, porém, o primo vai de mal a melhor. Com a ajuda do fiel (e ingênuo) assessor Dirceu Borboleta (Matheus Nachtergaele), Odorico, então, contrata o temido cangaceiro Zeca Diabo (José Wilker). Mas contra os desmandos da prefeitura, o político terá que enfrentar a oposição comandada por Wladymir (Tonico Pereira) e Neco Pedreira (Caio Blat). Para complicar ainda mais, Neco e Violeta (Maria Flor), a filha do prefeito, se apaixonam. E está armado o circo para a “sátira política brasileira por excelência” – como Guel define o texto de Dias Gomes.
A dupla Guel e Nanini é íntima da história de Odorico. Juntos, montaram a peça “Odorico, o bem amado, os mistérios do amor e da morte”, cujo texto inspirou o filme, a novela e a minissérie que a Globo exibiu nas décadas de 1970 e 1980, com Paulo Gracindo no papel principal. Para o cinema, algumas adaptações foram feitas para atualizar as situações do texto original.
“As Cajazeiras, por exemplo, que eram beatas, se tornaram peruas. Odorico é muito mais urbano, muito mais um bacharel que assimilou mal a faculdade, fala difícil para impressionar, perdeu um pouco daquele ‘coronelzão'”, explica Guel Arraes. Assim, o diretor acabou criando sua própria comédia política.
Resta esperar para ver como vai se comportar a audiência. A emissora já teve mostras de que as suas produções anteriores exibidas depois do “Big Brother” não deram muito certo, por melhor que fossem suas histórias e elenco, porque foram ao ar muito tarde.