A segunda integrante do grupo russo Pussy Riot que ainda estava presa, Nadezhda Tolokonnikova, foi libertada nesta segunda-feira (23), indicou seu marido pelo Twitter.
“Nadya está livre”, escreveu, enquanto sua esposa caminhava para fora da prisão na cidade siberiana de Krasnoyarsk depois de ser anistiada pelo Kremlin, assim como sua companheira Maria Alyokhina, que havia sido libertada pouco antes, também nesta segunda-feira.
Maria Alyokhina estava presa há quase dois anos e foi libertada em virtude da anistia geral que entrou em vigor na Rússia na semana passada, informou seu advogado.
“Maria Alyokhina está em liberdade. Todos os documentos foram formalizados e assinados”, disse à agência oficial russa RIA Novosti Piotr Zaikin, defensor da Pussy Riot.
Ele acrescentou que esta manhã, em presença sua, sua defendida lhe comunicou que estava em liberdade.
“Masha (diminutivo de Maria) saiu do presídio pela manhã. Agora vai de carro com o advogado Piotr Zaikin para a estação para viajar de trem para Moscou”, disse à agência “Interfax” Piotr Verzilov, marido de Nadezhda Tolokonnikova, que no momento da saída de Maria ainda estava presa.
Aliojina cumpria sua pena em um presídio da região de Nizhni Novgorod, a cerca de 400 quilômetros a leste de Moscou.
Anistia de Putin é operação de comunicação
A lei de anistia que permitiu sua libertação é uma “operação de comunicação” do presidente russo Vladimir Putin, denunciou a cantora do grupo Pussy Riot Maria Alyokhina, depois de ser libertada do campo de detenção onde cumpria uma pena de dois anos de prisão.
“Não creio que esta anistia seja um gesto de humanismo, mas uma operação de comunicação”, declarou Alyokhina, de 25 anos, ao canal de televisão Dojd.
“Se tivesse tido a possibilidade, o teria rejeitado”, acrescentou Alyokhina, que denunciou uma lei que permite a libertação de poucos presos, nem mesmo 10%.
“O mais difícil na prisão é ver como destroem a gente’, comentou Alyokhina, ao se referir as suas condições de detenção.
Alyokhina, mãe de um menino, foi condenada a dois anos de prisão em 2012 por vandalismo e incitação ao ódio religioso, junto com Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich.
Alyokhina e Tolokonnikova foram anistiadas na semana passada por uma lei votada pela Duma, câmara baixa do Parlamento russo.
Samutsevich havia sido libertada em 2012, poucos meses depois de ser condenada. A justiça considerou que Samutsevich havia sido interceptada pelos guardas da catedral e, por isso, não participou da ação.
*Com informações da agência EFE.