Dificuldade de concentração, cansaço mental, indiferença emocional, agressividade, incapacidade de relaxar, perda de memória imediata, apatia, estresse. A ausência de uma vida saudável pode prejudicar não só o sistema imunológico, mas também o bom funcionamento das defesas do corpo e da mente.

Para combater o sedentarismo, a prática de correr ou caminhar habitualmente, além de ajudar as pessoas a se desligarem por algum tempo das preocupações e angústias de seu cotidiano, produz uma série de benefícios psicofisiológicos por meio da liberação de certos hormônios produzidos pelo organismo, como a adrenalina (epinefrina), que age na redução do estresse; o cortisol, que atua como antiinflamatório; o glucagon, que aumenta a quantidade de glicose no fígado; o GH (hormônio do crescimento), que transmite bem-estar; e a endorfina, que produz a sensação de prazer e melhora a qualidade do sono.

É o caso do dracenense Rubens Neves, 48 anos, que em dezembro de 2013, realizou um sonho que lhe exigiu, na mesma medida, saúde e determinação. Dono de uma ótica em Dracena, ele correu pela primeira vez na São Silvestre, uma das provas pedestres mais tradicionais do País. Mas, para cumprir o trajeto de 15 km proposto pela prova, percorreu um longo caminho de superação física e pessoal.

Isto porque, há pouco mais de um ano, Rubens não tinha hábito algum de praticar atividades físicas. Com um estilo de vida sedentário e focado apenas no trabalho, muitas vezes, pessoas com quem convivia no ambiente profissional e em casa o consideravam cansado e estressado. Mas, seu cotidiano começou a mudar no final de 2012, quando traçou a meta de correr na São Silvestre.

Para cumprir seu objetivo, nos primeiros dois meses, Rubens fazia apenas caminhada e somente depois começou a inserir a corrida em sua rotina de treinamentos.

Ao longo de 2013, passou a participar de corridas da região, como Presidente Prudente, Pompéia e Tupã, com percursos de 5 até 8 km. E à medida que se aproximava da meta maior, intensificou os treinos, correndo até 12 km dentro da cidade uma vez por semana e 5 a 8 km nos outros dias. Para conjugar a nova rotina de vida ao trabalho, encontrou um horário para suas atividades físicas bastante matinais, correndo sempre às 5h30.

Entretanto, consciente de que precisava de acompanhamento profissional para cumprir a meta, Rubens buscou cardiologista, nutricionista e profissional de Educação Física, além de Pilates.

Para ele, mais do se tornar um atleta, a experiência trouxe uma qualidade de vida muito melhor. “Tenho uma qualidade do sono melhor, alimentação boa, mais disposição para o trabalho e me sinto muito mais leve”, conta.

Agora, Rubens quer mais; seu próximo desafio será a meia maratona do Rio de Janeiro, em julho, e para 2015, pretende participar de uma maratona de 45 km, em local ainda não definido.

E apoio não vai faltar, já que a família, orgulhosa da superação de Rubens, acompanha cada passo e foi, inclusive, a São Paulo, para vê-lo participar da São Silvestre, corrida que ficará marcada nas melhores memórias do novo atleta. “O clima da prova é incrível, lá vi pai correndo de mãos dadas com filho cego, corredor com uma perna só fazendo a prova com muletas e sendo aplaudido por todos. Conseguir estar na prova foi para mim um motivo de alegria, de comemorar minha saúde, como se fosse uma festa”, relata.

GRUPO DE CORRIDA – Inspirado pela experiência, Rubens Neves vem incentivando outros corredores da cidade a criar um grupo de corrida. “Muita gente corre em Dracena, mas acha que apenas é possível se reunir para isso em uma competição, quando na verdade todos já estão ganhando só de participar, com o incentivo de sair do sedentarismo”.
Em seus planos, o corredor vem pensando em alternativas como marcar um lugar de encontro para os corredores, como é feito com o ciclismo em Dracena. (Com informações do Hospital do Coração em São Paulo).