Há algo de mágico que faz funcionar a comédia “Muita Calma Nessa Hora 2”. Talvez seja o timing cômico do elenco –especialmente do quarteto de atrizes protagonistas–, pois o roteiro é um tanto acomodado e óbvio. Ainda assim, o filme, que estreia nesta sexta-feira (17) nos cinemas, é engraçado.
Deixando de lado o excesso de merchandising e as situações no limite da escatologia do primeiro filme, sucesso inesperado de 2011, aqui a trama gira em torno de um festival de música fictício, que une novamente as amigas.
O filme começa com Tita (Andreia Horta, de “Cordel Encantado”) voltando de Londres, onde passou três anos tentando trabalhar como fotógrafa. Ela reencontra Mari (Gianne Albertoni), que trabalha na produção do festival, Estrella (Débora Lamm), que volta de uma viagem em sua perua pela América Latina na companhia de sua amada samambaia, e, finalmente, Aninha (Fernanda Souza), garota insegura e supersticiosa, cuja vida toma caminhos inesperados depois da consulta a uma cartomante.
Somam-se a elas personagens já conhecidos. Pablo (Nelson Freitas), pai postiço de Estrella, acaba de montar uma pousada no meio do mato, e espera que parte da herança que a filha recebeu da avó seja usada para pagar suas dívidas. Ele não imaginava que a única coisa que a garota herdou foi uma samambaia.
Enquanto Mari enfrenta problemas no seu trabalho –especialmente com seu chefe neurótico, vivido por Alexandre Nero (“Crô”), que tem o nome de Casé, mesmo sobrenome do produtor do filme.
É em referências como essa que “Muita Calma…”, dirigido por Felipe Joffily (mesmo diretor do primeiro filme), consegue criar bons momentos –especialmente numa cena que remete à cabeça de cavalo do primeiro “O Poderoso Chefão” e outra que brinca com “O Palhaço”.
Ao mesmo tempo, o trio de roteiristas –Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão e Lusa Silvestre, o mesmo do filme original– faz uma sátira à cultura pop nacional contemporânea.
O próprio Mazzeo interpreta Renan, um jovem cantor metido a conquistador, egocêntrico, que tem um repertório pegajoso e passa mais tempo cuidando do cabelo do que cantando.
Há também um grupo de músicos barbudos chamados Los Cunhados, cujo vocalista (Rafael Infante, do humorístico da internet “Porta dos Fundos”) se encanta por Mari. Novamente em cena, está o mauricinho paulista Augusto Henrique. Se no primeiro filme ele parecia um tanto estereotipado e exagerado, agora é um retrato até fiel do típico “coxinha”.
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