A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai avaliar a retomada das vendas do serviço de banda larga Speedy, da Telefônica, na quinta-feira (20/8). O assunto está na pauta da reunião do conselho diretor, que analisará se a empresa cumpriu as determinações indicadas nos itens I e II do documento que proibiu a venda do Speedy em 23/6.
Os tópicos dizem respeito à criação de plano para garantir a disponibilidade do serviço, incluindo estratégia de contingência, gerenciamento de mudanças, implantação de redundância de redes e sistemas críticos, planejamento operacional e cronograma que indique a partir de qual data essas medidas estariam implementadas.
O segundo item estabelece a proibição da venda do Speedy até que a Telefônica declare ter implementado ações que garantam a efetiva regularização do serviço e que a Anatel comprove isso.
A comercialização de novas assinaturas do Speedy foi suspensa devido aos diversos problemas na prestação do serviço registrados este ano. Em 17/7, a Telefônica anunciou a conclusão da primeira das três etapas do plano de recuperação do serviço, que envolve investimentos de 70 milhões de reais.
Histórico
A mais séria das falhas do Speedy ocorreu em julho de 2008, quando os clientes da empresa ficaram por 36 horas sem o serviço. Na ocasião, um problema no roteador, equipamento que faz o controle do tráfego da internet, em Sorocaba, no interior de SP, foi apontado pela empresa como o responsável pela pane.
Em abril, o serviço de banda larga da Telefônica ficou instável por quase uma semana. A empresa apontou um ataque de crackers como o motivo para a instabilidade do Speedy.
No começo de junho de 2009, foi a vez da telefonia fixa enfrentar problemas, deixando mudos os telefones de várias regiões do Estado de São Paulo por 14 horas. Desta vez, a Telefônica culpou um prestador de serviço, que cometeu uma falha humana.
Especialistas e ex-funcionários do alto escalão da operadora apontaram ainda que a excessiva terceirização de serviços e a falta de investimentos estão na raiz dos problemas enfrentados pela companhia.
Em junho, nova instabilidade afetou os usuários do Speedy. A Telefônica disse que os problemas eram localizados e não afetavam vários clientes do serviço.