De um lado da quadra, estarão as duplas brasileiras Ricardo/Pedro Cunha e Juliana/Larissa. Do outro, os rivais americanos Rogers/Dalhausser e Kessy/Ross. Mas o adversário mais temido da 5ª edição do Desafio 4×4 de vôlei de praia vem de cima: a chuva. Em 2011, um forte temporal no Guarujá (SP) impediu que a partida final, entre os quartetos, fosse realizada. Na ocasião, a premiação foi dividida e o título acabou ficando com o Brasil, que no dia anterior superou o tempo ruim e levou a melhor nos duelos das duplas.

Um ano depois e a aproximadamente 90 km de distância, o Desafio deste fim de semana será realizado na Represa Guarapiranga, Zona Sul de São Paulo. Ontem, dia reservado para os treinos das quatro duplas, começou com muita chuva e cerca de 15°C em São Paulo. A previsão do tempo para hoje, dia dos jogos de duplas, indica mais chuva a qualquer hora do dia e a expectativa para domingo é de que o tempo melhore pela manhã, quando será realizada a partida 4×4.

Os atletas já se mostram precavidos para lidar com possíveis interferências do clima nos jogos, que vão valer o desempate entre Brasil e Estados Unidos no evento, disputado desde 2008. Até aqui, 2 a 2.

“A chuva atrapalha todos os fundamentos. A bola fica mais pesada e escorregadia, prejudica o levantamento, a visão, fora o risco de empossar a quadra. A chuva atrapalha a nossa preservação, podemos sofrer uma lesão… Deus me livre, esse ano tem Olimpíada”, disse Larissa, já garantida nos Jogos de Londres 2012, na Inglaterra.

Estreante entre os brasileiros no evento, Pedro Cunha conta com a ajuda dos companheiros para se adaptar à modalidade. Mas quando o assunto é a chuva, ele usa a experiência para dar dicas de como superar a adversidade. Porém, alerta para um risco ainda maior.

“Como a bola fica molhada, eu, que levanto muito de toque, passaria a levantar de manchete. Mas o grande perigo são os raios, já que a estrutura da arena é toda metálica”, advertiu. Único atleta presente em todas as edições do Desafio, Ricardo conta que já teve partidas adiadas tanto por causa de raios quanto alagamentos.

“A partida do 4×4 ano passado foi cancelada porque a chuva alagou a quadra e ficou perigoso jogar, os atletas não enxergavam os buracos. Outro grande perigo são os raios. Já tivemos jogos adiados numa etapa do Circuito Mundial na Holanda, também em 2011. Será uma pena se chover, mas vôlei de praia é assim mesmo, está sujeito ao clima”.

Se a chuva é motivo de preocupação para brasileiros e americanos no Desafio 4×4, pelo menos o frio não deve dar as caras. A temperatura para hoje e amanhã em São Paulo ficará entre 16° e 27°, segundo previsões meteorológicas.

“Dependendo do lugar, é muito ruim. Nos países frios, a chuva é gelada, parecem cubinhos de gelo. Aqui já é uma chuva tropical, dá até para jogar de biquíni. Mas o vôlei de praia combina com sol, verão, calor, areia fofa”, afirma Juliana, que já se colocou na torcida pelo tempo aberto no fim de semana.

Hoje, a partir das 14h (de Brasília), serão realizados os dois jogos de duplas, que valem um ponto cada. Já no domingo, é a vez da partida 4×4, que vale três pontos e vai definir o campeão do Desafio.