A Nokia, maior fabricante mundial de celulares, trouxe Stephen Elop, chefe da divisão de negócios da Microsoft, para substituir seu criticado presidente-executivo e conduzir esforços para competir no mercado de smartphones.
O canadense Elop assumirá o posto de Olli-Pekka Kallasvuo, a quem a empresa vem procurando substituir há vários meses, em 21 de setembro.
Às 9h02 (horário de Brasília) as ações da Nokia subiam 3,55 por cento.
“É bom que algo esteja acontecendo”, disse Inge Heydorn, gestor de fundos na Sentat Asset Management. “Eles tiveram problemas por muito tempo e têm ficado atrás na curva de tendências dos últimos anos. Acho que seria bom ter novas influências e ideias”, disse Heydorn.
A contratação de Elop, 46 anos, é uma grande mudança no primeiro escalão da empresa — ele é o primeiro não finlandês a tocar a empresa de 145 anos de história. Ainda, oito dos atuais 10 conselheiros são finlandeses.
Sob a administração de Kallasvuo, que passou mais da metade da vida na empresa, a Nokia vem sofrendo para ficar perto dos concorrentes no crescente segmento de celulares inteligentes.
A Nokia informou que Kallasvuo receberá um pacote de compensação de 4,6 milhões de euros (5,8 milhões de dólares).
Quando assumiu o comando da Nokia em 2006 do antigo presidente-executivo Jorma Ollila, que agora é presidente do conselho de administração, ele prometeu melhorar a posição da Nokia nos Estados Unidos e iniciou campanha estratégica para serviços online. Mas até agora há pouca evidência de sucesso em ambas as frentes.
“Elop enfrenta uma tarefa difícil. A Nokia perdeu liderança em celulares sofisticados e tem enfrentado dificuldades em serviços de Internet. Todos os olhos vão estão sobre a estratégia que ele adotará para resolver isso”, disse Ben Wood, diretor de pesquisa da CSS Insight.
Microsoft e Nokia são colaboradores de longa data e em agosto do ano passado formaram uma aliança para levar aplicativos Office para aparelhos da Nokia.
A companhia finlandesa não tem um smartphone de sucesso desde o lançamento do N95 em 2006 e perdeu a liderança no segmento para o iPhone, da Apple.
Na Microsoft, Elop ajudou a empresa a desenvolver versões online de programas como o Word, Outlook e Excel, que os usuários podem acessar inclusive por dispositivos móveis, uma grande mudança para a gigante do software que fez fortuna com programas que precisam de instalação.