A Sony fez uma aposta segura com seu Xperia Z2: manteve as características diferenciadas do Z1, atualizou o hardware e deixou o design mais leve. O celular top de linha pode incomodar ainda quem não está acostumado a um aparelho de vidro, mas é um smartphone elegante e robusto. Acompanhe nosso review do Xperia Z2.
Xperia Z2, smartphone top de linha da Sony (Foto: Luciana Maline/TechTudo)
Design
O Xperia Z2 mantém as características de seu antecessor, o Xperia Z1: ele é quadrado, com vidro temperado na traseira e na frente, sem a presença de botões físicos e com uma tela grande, que agrada principalmente pessoas com mãos avantajadas. As semelhanças, no entanto, terminam aí. O Z2 é mais largo, com 73,3 mm, mas também mais fino, com seus surpreendentes 8,2 mm.
O resultado é uma pegada muito boa, considerando que o celular tem arestas mais acinzentadas e arredondadas. Mas nem tudo são flores: a traseira de vidro é escorregadia e, infelizmente, fica com marcas de digitais após uso contínuo. O peso, 7 g mais leve do que o Z1, faz a diferença no Xperia Z2. As 163 g são bem distribuídas e você tem a impressão de estar carregando um smartphone mais leve do que ele realmente é.
O excesso de vidros traz dois problemas além de marcas das suas digitais no aparelho: ele risca com mais facilidade e também aquece rapidamente. O aquecimento pode virar um problema se repetir o mesmo histórico do Z1: à época de seu lançamento, houve relatos de que os componentes internos do aparelho “entortavam” com a alta temperatura.
Tela
O display do Z2 tem 5,2 polegadas, com uma respeitável resolução de 1920 x 1080 pixels, o que resulta em uma densidade de 441 ppi. A tela é uma LED Triluminos, com a mesma tecnologia das televisões Sony, e é realmente impressionante. A impressão do usuário é que a imagem exibida é mais “iluminada” que a de aparelhos semelhantes, com cores vivas e ótimo contraste. A tela também responde bem aos comandos, mesmo quando o usuário se vale do multitoque.
Os três botões da parte inferior – voltar, home e screens – são integrados ao restante do display. Desta forma, um dos problemas no uso é esbarrar em um desses comandos enquanto você utiliza o aplicativo. Não é grave e nada com o que não dê para se acostumar, mas vale a nota.
Desempenho
O Android 4.4.2 KitKat é nativo no smartphone e funciona com fluidez com as peculiaridades das adaptações da Sony. Na época de seu lançamento internacional, no MWC 2014, em Barcelona, o sistema vinha com um fundo de tela em homenagem à Copa do Mundo do Brasil. Na versão nacional do celular, ele veio com um fundo padronizado da fabricante japonesa.
As diferenças do sistema, fora sua rapidez, são mínimas. Esta versão do Android, por exemplo, é a única que permite a conexão com a pulseira SmartBand da Sony. Com ela, é possível contabilizar informações como o número de passos que você dá em um dia e receber notificações de redes sociais diretamente no pulso. O celular estabelece essa transmissão de dados.
O processador do Xperia Z2 é um novo modelo da Qualcomm, chamado Snapdragon 801. O circuito é um quad-core de frequência 2,3 GHz. Essa velocidade permite uma inicialização rápida, além de bater fotos em poucos segundos sem travar. O processador gráfico Adreno 330 contribui para uma performance atraente no caso de imagens. A memória RAM é de 3 GB, acompanhada por um espaço interno de 16 GB padrão. Infelizmente, nesta memória interna apenas há 11,57 GB úteis para ser ocupado por aplicativos e programas.
A expansão via microSD é bem satisfatória: o Xperia Z2 pode chegar a ter 128 GB de espaço, o suficiente para ter uma grande coleção de apps. Além disso, o modelo tem conectividade Wi-Fi, DLNA, GPS/Glonass, NFC, Bluetooth 4.0, MHL 3.0, USB OTG e USB 2.0, com porta Micro-B e carregador USB.
Além de todas as funcionalidades, o Z2 é à prova d’água, um grande diferencial em relação aos rivais dentro ou fora do ecossistema Android. Para utilizá-lo na água, assim como o Z1, você precisa fechar as entradas laterais. Com tudo fechado, ele suporta 30 minutos submerso em até 1,5 m de profundidade.
A campanha publicitária do Xperia Z2 teve como tema a música “Slave to the Rhythm”, inédita de Michael Jackson. A canção, junto com outras sete, foi lançada com o disco Xscape, que está sendo oferecido junto com o novo celular da Sony.
Esse investimento provocou uma mudança no hardware do Z2. A Sony implantou uma função chamada ClearAudio+, para potencializar o som estéreo do aparelho. A saída de som do smartphone é bastante boa, e fica localizada na parte inferior do smartphone.
O fone de ouvido tem um abafador de 98% do volume ambiente. Em nossos testes, de fato, é difícil notar ruídos externos acima de 60% do volume do celular. Ou seja, se você adora ouvir suas composições favoritas com seus fones, este talvez seja o smartphone certo para você.
Com frequência de 3.200 mAh, a bateria do Xperia Z2 durou um dia e seis horas, utilizando principalmente redes sociais. É um rendimento maior do que a média do mercado. Vendo vídeos constantemente, durou entre cinco e seis horas a bateria do aparelho. O mais preocupante, no entanto, foi o aquecimento dela dentro do smartphone.
O benefício da linha Xperia da Sony é que, apesar da bateria ficar bem protegida no interior do celular, ela mantém esse rendimento por cerca de um ano. É um gadget que vale a pena investir pela qualidade dos seus componentes.
Câmera
É agradável filmar com o Z2. Seu grande diferencial é que ele faz vídeos em 2160p, na qualidade 4K, com 30 frames por segundo. Isso resulta em filmagens com maior grau de realismo e de detalhes. Além disso, as fotos são feitas com sensor 20,7 megapixels na câmera traseira. Já a fotografia frontal, para selfies, é realizada com capacidade de 2,2 megapixels.
O resultado das fotografias clicadas em ambientes externos, sob luz natural, é bastante satisfatório. A câmera capta os detalhes, como as falhas da pintura na imagem abaixo. Apesar disso, o aplicativo de câmera da Sony apresenta uma demora elevada para acertar o foco, o que pode fazer com que o usuário perca alguns cliques. Cliques em ambientes com baixa luminosidade, como é o caso da segunda foto da sequência, tendem a ficar granulados. O resultado, porém, é superior ao da maioria dos smartphones do mercado.
No modo automático, o equilíbrio das cores fica longe do ideal em ambientes internos. Em fotos com baixa iluminação, as imagens tendem a ficar “amareladas”, mas nada que um ajuste no próprio aplicativo não resolva.
O flash se mantém simples, com tecnologia LED, mas suficiente para ajudar em paisagens muito escuras ou à noite. O aumento dos sensores de captação de imagem, comparando com o Z1, resulta em fotos mais nítidas e bem definidas.
Custo-benefício
No lançamento do Brasil, em maio, o Z2 chegou por R$ 2.499, mas é possível encontrar o mesmo aparelho por cerca de R$ 2.200. O preço é bem salgado, mas vale pelas tecnologias próprias da Sony e pela filmagem em 4K.
O Xperia Z2 é um modelo sofisticado e adequado para quem tem mãos grandes. Confortável e mais arredondado, parece ser uma evolução natural do Z1. Não é uma revolução dentro da linha de celulares Xperia da Sony, mas certamente dá continuidade ao bom trabalho da fabricante.