O brasileiro, em média, está bem longe de ter o poder aquisitivo do americano, por exemplo. Por isso, as empresas têm de se virar para se adequar ao mercado nacional, gerando uma tendência interessante e muito clara no mercado de smartphones: a briga pelo oferecimento do smartphone mais barato e com um desempenho que seja aceitável pelo valor pago.
Por anos a Samsung reinou neste ramo, seguida de perto pela LG. Não havia muito limite de preço; os aparelhos eram ridiculamente baratos. Galaxy Ace, Galaxy Y e outros modelos parecidos inundaram o mercado brasileiro em pouco tempo. No entanto, também não havia tanta preocupação em oferecer uma experiência aceitável de uso, nem preocupação com atualização de software. Há aparelhos em uso até hoje que estão presos no Android 2.3 (Gingerbread).
No entanto, o mercado mudou nos últimos tempos, sentindo a pressão também do Windows Phone neste mercado, mas seguindo dominante com o Android, embora com outros protagonistas.
A Nokia fez um trabalho muito bom com o Lumia 520, escondendo as limitações de hardware que determinavam a faixa de preço dos R$ 500 (na época do lançamento). Não à toa, recentemente o Windows Phone, longe de ser o sistema mais popular do mundo, chegou a superar a venda de iPhones, que, no mercado global, dominam com folga a segunda posição como sistema operacional mais popular no mundo.
Agora sob o nome da Microsoft, a empresa lança o Lumia 530 que já chega ao mercado custando menos que seu antecessor no lançamento: R$ 400, sem contar possíveis promoções de varejistas que devem levar esse preço ainda mais para baixo. Se a tendência se repetir, é muito provável que o Windows Phone veja outro salto no mercado. O Lumia 630, pelo valor de R$ 600, também deve ter bons resultados entre aqueles que procuram um pouco mais de qualidade.
Mas como dito, o Android sempre foi rei na área de aparelhos baratos, e deve continuar sendo por um bom tempo, por mais que a Microsoft tente “partir para cima”. Isso porque não é só a Nokia que está investindo de forma inteligente no mercado de baixo custo. A Motorola se tornou referência nesta área com a linha Moto, principalmente com o Moto G.
A empresa americana, cujo grande estouro no mercado nacional realmente havia sido o clássico V3, ainda na era dos celulares comuns, entrou chutando a porta ao revelar o Moto G, sucesso instantâneo. Logo o smartphone se tornou o mais vendido da história da empresa e hoje você não pode mais sair na rua sem ver alguém empunhando um celular do tipo. Antes disso, a empresa até tinha aparelhos como o Razr D1 e o Razr D3 que tentavam atender a esta demanda mas nem de longe tinham a mesma qualidade e o sucesso comercial.
Vendo o sucesso, a empresa decidiu radicalizar ainda mais lançando o Moto E, ainda mais barato. O aparelho, no entanto, não parece ter tido tanto sucesso quanto o G, até pelo fato de que a diferença de preço é pequena demais; acaba valendo mais apenas comprar o Moto G.
Mesmo assim, estes parecem ser os grandes competidores nesta área. Já Samsung e LG, que já foram referências de aparelhos baratos, continuam lançando aparelhos para todos os gostos (todos mesmo), mas sem o mesmo destaque e nem de longe o mesmo impacto que um Moto G.
Recentemente, a Samsung lançou o S5 mini que possui, de fato, alguns recursos a mais, mas está longe de ser um intermediário de peso com o preço sugerido de R$ 1,5 mil, um absurdo quando considerado o que outras empresas têm feito no mercado. Já a LG recentemente atualizou a sua linha de aparelhos de baixo custo com algumas opções interessantes, que podem ter algum impacto no mercado. A empresa até tem um celular de R$ 400 no mercado, mas com uma telinha de 3,2 polegadas, que gera uma experiência bastante ruim, embora ele já saia de fábrica com o Android 4.4 (KitKat), um ponto positivo.
Abaixo estão os principais celulares de até R$ 650. Não se deixe enganar, no entanto: por mais que alguns processadores tenham quatro núcleos, eles tem desempenho entre baixo e médio. Veja:
Lumia 530 (R$ 400)
Windows Phone 8.1, processador Snapdragon 200 quad-core de 1,2 GHz, 512 MB de RAM, tela LCD de 4 polegadas com resolução 854 x 480 e câmera de 5 megapixels. O espaço de armazenamento de 4GB chega a 128GB com microSD.
Moto E (R$ 530)
Android 4.4 (KitKat), chip Snapdragon 200 de dois núcleos com clock de 1,2 GHz, 1 GB de RAM, tela de 4,3 polegadas com resolução 960×540, e 4 GB de armazenamento interno, com slot para cartão microSD de até 32 GB. Câmera de 5 megapixels.
Lumia 630 (R$ (600)
Windows Phone 8.1, processador quad-core Snapdragon 400 de 1,2 GHz, 512 MB de memória RAM, tela de 4,5 polegadas com resolução 854 x 480, 8 GB de armazenamento interno e slot para cartão MicroSD de até 128 GB. A câmera traseira tem 5 megapixels. Possui conectividade 4G.
LG L65 (R$ 600)
Android 4.4 (KitKat), processador Snapdragon 200 dual-core de 1,2 GHz, 1 GB de RAM, tela de 4,3 polegadas e câmera de 5 megapixels. São 4 GB de armazenamento interno com slot para cartão microSD.
Moto G (R$ 650)
Android 4.4 (KitKat), processador Snapdragon 400 quad-core de 1,2 GHz, 1 GB de RAM, tela de 4,5 polegadas com resolução HD, e câmera de 5 megapixels. A partir de 8 GB de armazenamento sem slot para cartão microSD. Há um modelo com espaço para cartão de memória que também tem conectividade 4G, mas ele sai por R$ 800.