A Serra Catarinense é notícia principalmente no inverno por causa das geadas e da neve que costuma branquear algumas cidades por lá. Isso atrai a atenção principalmente de quem mora nas regiões que ficam um pouco mais acima no mapa do Brasil. Só para se ter uma ideia, em 1996 a temperatura chegou aos dezessete graus negativos.

A região é composta por dezoito municípios que equivalem a 17% do território catarinense; entre os mais conhecidos e visitados pontos turísticos está a Serra do Rio Rastro, situada entre os municípios de Lauro Müller e São Joaquim ligando a serra ao litoral catarinense.

Por receber vários turistas, ao longo dos anos, sua estrutura foi sendo modificada, hoje é possível apreciar a paisagem e tirar belas fotos no mirante que foi construído para receber os visitantes. Localizado a 11 quilômetros do centro de Bom Jardim da Serra, em dias límpidos, do mirante é possível enxergar o mar a mais de 100 quilômetros de distância e 1.460 metros abaixo.

A Serra do Rio do Rastro une o planalto serrano (com temperaturas abaixo de zero grau no inverno e campos cobertos por gelo e neve) à planície colonizada por italianos e alemães.

Com uma altitude de aproximadamente 1.500 metros, fica a 14 quilômetros de Lauro Müller, a estrada que percorre a Serra é um trecho da rodovia SC-438, que, partindo de Tubarão, próximo ao litoral de Santa Catarina, e passando por Orleans, Lauro Müller, Bom Jardim da Serra e São Joaquim, chega até Lages, no planalto catarinense.

Para garantir a segurança dos motoristas que trafegam por ela, foi construída uma mureta de um metro de altura por toda a rodovia.

Em 2002 a serra passou a ser totalmente iluminada, foram investidos R$ 310 mil reais com o objetivo principal, a segurança dos usuários da rodovia, que durante a noite podem trafegar com toda visibilidade necessária, inclusive nas noites mais nebulosas agravadas pelos nevoeiros, aliada a um projeto integrado ao meio ambiente, buscou-se reduzir o impacto visual, sendo instalado o sistema elétrico através de redes subterrâneas, garantindo segurança e neutralidade na vida dos animais silvestres que habitam os cânions da serra.

Atualmente, estão sendo utilizadas lâmpadas de vapor de sódio de 400 W. Sendo que havendo necessidade de uso racional de energia elétrica, até 50% das lâmpadas podem ser desligadas. Os 12 quilômetros de iluminação são gerados pela usina de energia eólica localizada em Bom Jardim da Serra.

Na região desenvolve-se o turismo rural principalmente em Lauro Müller, Urussanga e Orleans.

A relação da região com o setor mineral brasileiro data de 1841, quando a presença de “carvão de pedra” foi constatada por técnicos e cientistas brasileiros e estrangeiros em missão do Governo Imperial Brasileiro. Em 1903, o então Governador Vidal Ramos inaugura uma estrada que partindo da atual localidade de Lauro Müller, permite o acesso até São Joaquim e Lages (a “Estrada Nova”).

Por serem suas viagens extremamente longas, costumavam descansar sua tropa de mulas e os condutores em locais já pré determinados. Como (hoje) Bom Jardim da Serra ficava no topo da Serra do Rio do Rastro, cuja descida era extremamente penosa e perigosa, já que muitas mulas caiam nas ribanceiras, morrendo e perdendo suas preciosas cargas, aqui os tropeiros acampavam para recobrar suas forças e preparar-se para a descida que chegava a durar de 2 a 5 dias, dependendo do clima. Esse acampamento, com o tempo, tornou-se um pequeno vilarejo, que progrediu com o comércio, já que passou a ser parada obrigatória para aqueles de demandavam o litoral com destino ao Estado de São Paulo.

Em Lauro Müller, um dos locais mais conhecidos e ponto turístico é o “Castelo”, uma construção verdadeira, realizada em 1919 por Henrique Lage que foi o responsável pelo desenvolvimento da siderurgia no Estado de Santa Catarina. .

Ele construiu o castelo para Gabriela Bezanzoni, uma cantora italiana de ópera com quem se casou e foi morar no Rio de Janeiro onde também construiu um castelo (hoje transformado no Parque Lage). O castelo é tombado pela Fundação Catarinense de Cultura.

Já Bom Jardim da Serra é conhecida como “capital das águas” por causa das mais de trinta e cinco cachoeiras e seus quatorze rios que formam o caudaloso Rio Pelotas, que também corta a cidade. Em 1870 com a chegada da família do gaúcho Manoel Pinto Ribeiro, coube aos primeiros colonizadores abrir uma trilha em direção ao litoral, que ficou conhecida inicialmente como Serra do Doze – só mais tarde passou a ser chamada de Serra do Rio do Rastro.

Foi selecionada entre os 3 municípios catarinenses com potencial de exploração de energia eólica, ao lado de Laguna e Água Doce. A visão de um grande catavento, com três hélices gigantescas e 50 metros de altura, logo chama a atenção de quem se aproxima do mirante da Serra do Rio do Rastro, na SC-438. Trata-se de uma estação experimental de energia eólica (produzida a partir do vento) mantida pelo Governo de Santa Catarina. A energia produzida ali é destinada à iluminação da Serra do Rio do Rastro. Graças à regularidade e intensidade dos ventos, Bom Jardim da Serra foi selecionado como um dos três municípios catarinenses com potencial de exploração da energia eólica, ao lado de Laguna e Água Doce.