O ministro do Turismo, Luiz Barretto, defendeu hoje (9) que a oferta de destinos turísticos conhecidos pelo fator religioso esteja acompanhada de outros atrativos. “Temos que pensar em um complemento a esses destinos: gastronomia, cultura, esporte, ‘casar’ esses elementos para trabalhar toda a região. Precisa haver um mix de produtos”, disse, durante o 3º Encontro de Trabalho de Turismo Religioso.
Barretto afirmou ainda que o setor tem condições para se desenvolver e se tornar até uma referência mundial. “O Brasil é muito conhecido pelo segmento sol e praia, pelas nossas belezas naturais, mas nós podemos trabalhar outros. O país tem lugares como Belém [onde ocorre a festa religiosa do Círio de Nazaré], Juazeiro do Norte, Nova Trento. O que se tem que fazer agora é trabalhar esses destinos”, acrescentou.
O ministro observou que a terceira idade e a classe média são públicos a serem mais bem explorados. Este último impulsionado pelo aumento da renda no país. “A chamada nova classe média está apta a viajar e esse segmento tem um apelo muito grande com eles”, explicou. Barretto também sugeriu a criação de um calendário nacional religioso e incentivou a elaboração de mais roteiros viários.
De acordo com a coordenadora-geral de Segmentação do Ministério da Cultura, Sáskia de Castro, a pasta coletou dados sobre os pontos turísticos conhecidos pelas crenças religiosas por oito meses, a fim de avaliar o setor. “Ainda não terminamos porque nem todos os estados enviaram as informações, mas já temos o suficiente para fazer um diagnóstico da oferta do segmento no país”, afirmou.
A partir do mapeamento, verificou-se que existem 370 locais relacionados ao catolicismo, 96 ao protestantismo, 34 às manifestações afro-brasileiras e 40 a outras religiões. A coordenadora destacou que cada localidade pode ter mais de um ponto religioso importante. As cidades que têm um roteiro ou produtos turísticos na área somam 88.
Sáskia de Castro também apresentou o Projeto de Turismo Religioso: Experiências do Brasil, que vai selecionar cinco pontos para a elaboração de roteiros. “O ideal é que seja um destino por macrorregião para que possamos contemplar o Brasil de uma maneira geral”, acrescentou. Um comitê gestor vai elaborar um planejamento estratégico, e o catálogo será feito em três idiomas (português, inglês e italiano).
Segundo dados do Ministério do Turismo, o setor religioso é responsável por 3,6% das viagens nacionais e 0,5% das internacionais.