No ano passado, o Brasil recebeu 5,161 milhões de turistas estrangeiros, o que representou um aumento de 7,48% em relação a 2009. Os números foram anunciados ontem pelo presidente da Embratur, Mário Moysés, na abertura do Brazil International Tourism Exchange (Brite), no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. “É o melhor resultado que nós temos de entrada de turistas estrangeiros desde 2005.

Superou a entrada de vários anos anteriores”, disse Moysés.
Os números revelam ainda resultado bastante significativo em relação à entrada de visitantes provenientes de países sul-americanos, que cresceu 13,7% em 2010. “Isso é extremamente importante porque, no turismo internacional, seus vizinhos mais próximos são uma fonte de turistas e de receita para a indústria turística. Não é diferente na Europa e na relação entre o México e os Estados Unidos”.

Ele lembrou que o México recebe mais turistas do que o Brasil, a maioria do vizinho Estados Unidos.

O presidente da Embratur reconheceu que há a necessidade de o Brasil melhorar os números referentes ao turismo. O governo vai continuar estimulando a vinda de turistas europeus. O mesmo ocorre em relação aos norte-americanos, cuja entrada no Brasil cresceu 6% no ano passado. Sobre os Estados Unidos, em particular, Moysés informou que a Embratur vai desenvolver este ano uma campanha forte de atração de visitantes daquele país. O trabalho deverá contar com a parceria do governo fluminense.

Mas ele reforçou que é preciso trabalhar mais a América do Sul. Só o fluxo de turistas do Chile mostrou aumento de 17% no Brasil em 2010. A entrada dos turistas chilenos é importante porque a relação cambial não piorou tanto em relação ao Brasil, cuja moeda está supervalorizada, o que eleva os preços dos produtos turísticos nacionais, analisou Moysés.

Observou também que o crescimento das economias de vários países da América do Sul foi significativo nos últimos anos, o que reforça a necessidade de aumentar a entrada de turistas dessas nações no Brasil. “Nós precisamos trabalhar a conectividade com esses países. Hoje, o número de ligações diretas desses países para o Brasil é muito pequeno”. Para o Nordeste, por exemplo, não há voos comerciais regulares diretos, sublinhou. O mesmo ocorre em relação à Amazônia e ao Centro-Oeste.

No lado interno, o desafio consiste em investir na infraestrutura turística, na melhoria dos serviços e da hotelaria nacional, “porque o bonde está passando na frente do Brasil e não vai passar outro bonde.

A gente vai subir nesse bonde e precisa ter coragem para fazer isso, precisa ter responsabilidade. E essa é uma exigência que a gente precisa colocar para todos nós, setor público e privado, trabalhando juntos e ajudando a vender o Brasil para o nosso povo e para o povo de todo mundo”. A meta é inserir o Brasil entre os principais destinos turísticos mundiais, disse o presidente da Embratur.