“Pilotar essa Honda é como vestir aquela roupa que a gente usa faz tempo”. A definição simplista é sobre a Honda NC 750X. A frase, proferida por um velho amigo entendedor de motocicletas – e dono de uma porção de modelos -, exprimiu de forma quase ingênua quão confortável e confiável este modelo parece ser. Também tive a mesma impressão que ele assim que peguei a moto, mas após uma semana rodando diariamente com a crossover, comprovei outras qualidades.
Sim, crossover. É assim que denominam o modelo, um cruzamento de uma moto que pode ser sua fiel companheira no uso urbano, mas também encarar rodovias e, por que não, uma estradinha de terra (de leve). Ela é bonita, mas não é pelo visual que ela chama atenção, tampouco pelo desempenho.
RACIONAL – A versão com ABS que testamos custa R$ 31.972, sem o sistema antitravamento ela parte de R$ 29.802. A NC 750X chegou ao mercado para substituir a NC 700X e continuar sendo uma opção racional, corrigindo as “imperfeições” de sua antecessora. A Honda manteve o conforto e boa estabilidade já conhecidos do modelo, mas aprimorou a potência e consumo de combustível. E já que estamos falando em atributos, vou direto ao ponto que mais me surpreendeu na NC, o quanto ela é econômica. Fiz 26,8 km/l, isso porque não maneirei muito na manopla da direita. E esse número pode ser melhorado, vai da vontade do piloto.
Pense que são quase 30 km/l para uma moto de 745 cm³! É impressionante. Você pode monitorar o consumo pelo painel de instrumentos em LCD, cujo computador de bordo fornece informações sobre o consumo médio, instantâneo e até o combustível utilizado em litros, além de indicador de marcha engatada, relógio, conta-giros, entre outros dados.
O motor é um bicilíndrico em linha arrefecido a líquido que gera 54,8 cv entregues já aos 6.250 rpm e o torque máximo é de 6,94 kgfm a 4.750 giros. O motor é silencioso e não vibra quase nada. Isso porque internamente ele ganhou novos balanceiros, duplos. Na estrada, em sexta marcha, o comportamento é ainda mais “liso”. O câmbio é de seis marchas, seis longas marchas, com engates suaves e precisos. Na cidade ela não pede nem quinta, e a sexta é praticamente intocada em uso urbano. Uma curiosidade é que o modelo vendido na Europa possui câmbio com sistema de dupla embreagem – DCT (Dual Clutch Transmission) – que não deve chegar em terras tupiniquins.
Outra mudança em relação à NC 700X é que a Honda ampliou eletronicamente a faixa de corte do motor em mais 400 rpm. Desta forma o motor ficou mais elástico, contudo, senti que nas primeiras marchas o corte ainda é precoce. A potência está maior, mas a NC 750x não chega a ser um “ás” da velocidade, e nem é essa a proposta da moto, mas ela atende bem às expectativas. A velocidade final é de 174 km/h – sua antecessora chegava aos 167 km/h -, segundo medições do intuito Mauá.