O pior momento do Corinthians sob a direção de Tite aconteceu há mais de um ano, na eliminação na Libertadores pelo Tolima ainda em sua fase prévia. A ameaça de agressão, com carros apedrejados e jogadores ofendidos no retorno para casa, não saem da cabeça do treinador. Ciente de que a paz atual pode acabar ou passar por instabilidade em caso de uma derrota para o Cruz Azul, hoje, às 22h, na Cidade do México, empatar fora de casa é um grande resultado.

“Sabemos das dificuldades que iremos encontrar com altitude (2,4 mil metros acima do nível do mar) e diante de um adversário forte. Mas temos de somar quatro pontos nesses dois confrontos para assumirmos a liderança da chave e ficarmos com a classificação bem encaminhada”, diz Tite, que fez trabalhos fechados no México para aprimorar jogadas com bolas paradas, o que pode ser o diferencial.

Apesar de ainda deixar o Corinthians em segundo na chave, com cinco pontos, diante de sete do Cruz Azul, o empate é considerado muito bom pelo fato de na próxima semana os rivais voltarem a se encarar, desta vez no Pacaembu, onde a vitória é tratada, perigosamente, como certa pelo lado corintiano.

E também pelo retrospecto. O Corinthians já jogou três vezes no México pela Libertadores. Foram três derrotas – todas vingadas em casa – e nenhum gol feito (2 a 0 para o América em 2000, 3 a 0 para o Cruz Azul em 2003, e 2 a 0 para o Tigres em 2006).

“Sabemos que vale a liderança, mas também estamos cientes de que será um jogo muito difícil, contra o concorrente direto na chave”, enfatiza o volante Ralf. “Temos de ter inteligência, trabalhar a bola para sair com um resultado positivo”, observa, num discurso que acompanha à risca o pensamento de Tite para este jogo, de que “é melhor não correr riscos de perder do que se arriscar para ganhar”.

O time será o mesmo escalado na vitória sobre o Nacional, do Paraguai, semana passada, por 2 a 0. Edenílson permanece na lateral-direita com a lesão muscular de Alessandro. Alex e Danilo ficam na armação e Jorge Henrique auxilia Liedson na frente.

Liedson, por sinal, é o único que conhece bem o que significa encarar o Cruz Azul no México. O atacante estava em campo naquela surra de 2003 e servirá de informante ao grupo.

Sem marcar há 10 jogos, ele espera desencantar agora que está sem sombra no elenco, depois da rescisão de Adriano. Vale lembrar que ele definiu o 1 a 0 na volta diante dos mexicanos.

CRUZ AZUL X CORINTHIANS

Cruz Azul: Corona; Gerardo Flores, Pereira, Domínguez e Cortés; Castro, Gutiérrez, Aquino e Giménez; Orozco e Villa – Técnico: Enrique Meza

Corinthians: Júlio César; Edenílson, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Liedson – Técnico: Tite

Juiz: Carlos Vera (Equador)

Local: Estádio Azul (Cidade do México/México)

Horário: 22 horas

Transmissão: Rádio Estadão ESPN, Globo e Fox Sports