A partir de agosto, a USP colocará em funcionamento um centro de descarte e reciclagem de lixo eletrônico, como computadores, impressoras e outros equipamentos de rede. O local fará a separação de todos os componentes e encaminhará o material para empresas que trabalham especificamente com cada um deles. É o primeiro centro público do tipo no país – no setor privado, há poucas iniciativas parecidas.
Até o fim do ano, o centro atenderá apenas os campus da USP e as unidades da administração estadual. A partir do ano que vem, o serviço estará aberto para a população em geral, incluindo empresas. Qualquer um poderá ir até o local e deixar seus computadores velhos. As máquinas recebidas que estiverem em condições de uso serão doadas para escolas ou projetos sociais – com a condição de que, quando ficarem obsoletas, terão de ser devolvidas ao centro para reciclagem.
A implantação do centro de reciclagem tem orçamento previsto de R$ 180 mil, que serão usados para adequação do local e compra de ferramentas, como balanças, compactadora e trituradora. A estimativa do projeto é atingir a marca mínima de 500 equipamentos eletrônicos por mês. Com esse valor, o centro se torna sustentável e não precisará mais de aporte financeiro da universidade.
O projeto foi desenvolvido em parceira com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e recebeu destaque na área de inovação em gestão pública do Prêmio Mario Covas, em abril.
Por esse processo, nada da máquina é descartado, já que 94% dos componentes de um computador são recicláveis. Plástico, tela, vidros e discos podem ser destinados a outras utilidades, como fabricação de brinquedos e até mesmo de novas peças de informática. As placas internas contêm ouro, prata e outros metais. Das baterias usadas é possível extrair pó de cobre e de níquel, que viram matéria-prima para várias áreas da indústria.