As queimadas estão diminuindo em Rondônia, revela uma análise parcial dos municípios críticos realizada pelo Ibama. Segundo o instituto, nos sete locais em que as queimadas eram mais frequentes houve redução de 74,52% no número de focos de calor detectados por satélite. Eles baixaram de 3606, de janeiro a setembro de 2008, para 919 no mesmo período de 2009.

Mesmo quando se analisam os focos de queimadas no estado inteiro, a queda é considerável: em setembro de 2008, satélites registraram 7.507 pontos de calor no estado, enquanto em setembro de 2009 o número caiu para 3.387 – uma redução de 55%.

Segundo o superintendente do Ibama em Rondônia, César Guimarães, a principal causa da diminuição do fogo é o trabalho das brigadas de incêndio, que começaram a atuar em 2008. Hoje, os sete municípios mais afetados contam com equipes de 29 homens contratados pelo governo federal com a ajuda das prefeituras locais. Desde o começo do ano, eles já combateram cerca de 200 focos de incêndio.

As equipes são contratadas de julho a setembro, quando ocorrem os picos de queimada. De acordo com Guimarães, cada brigadista ganha um salário mínimo. “Eles passam por um processo de seleção em que se faz um teste de habilidade com uso de equipamentos agrícolas e testes de aptidão física. Sempre são contratadas pessoas da região.”

As equipes, coordenadas em Porto Velho, estão espalhadas por Apuí e Santo Antonio do Matupi, no estado do Amazonas, e Buritis, Cujubim, Machadinho, Nova Mamoré e União Bandeirantes, em Rondônia.

Intimidação

Para o superintendente, não é só a capacidade de combate ao fogo que faz os brigadistas combaterem queimadas. A própria presença de uma equipe de 29 homens em pequenas cidades já faz com que as pessoas não se animem a incendiar pastos e florestas.

“Só de a brigada se movimentar ali, já faz diferença. Além disso, neste ano o estado de Rondônia não emitiu nenhuma autorização de queima. Por isso, sabemos que toda queimada que existe é ilegal”, afirma o chefe do Ibama.