Depois de quase quatro horas de reunião nesta terça-feira, o governo brasileiro conseguiu chegar a apenas um consenso para apresentar na reunião da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para dezembro, em Copenhague: a redução de 80% do desmatamento até 2020 da Amazônia.
Para que esta meta seja alcançada, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que são necessários pelo menos US$ 10 bilhões de financiamento externo por ano, para serem aplicados não só na redução do desmatamento da Amazônia, mas também em pelo menos cinco outros setores: cerrado, caatinga, etanol, resíduos e carvão vegetal.
O físico Luiz Pinguelli Rosa, que coordena o fórum da sociedade civil na questão das mudanças climáticas, no entanto, acha que US$ 10 bilhões serão insuficientes para manter a meta de congelamento das emissões de gases no Brasil. “Para um problema desse tamanho, US$ 10 bilhões não é nada”, advertiu.
As reuniões continuam na quarta-feira com representantes dos Ministérios do Meio Ambiente, da Casa Civil, da Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores e da Fazenda. A ideia é de que até dia 20 haja uma proposta única para ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos apresentando metas muito ambiciosas, vamos ser muito mais propositivos”, declarou Minc ao ressaltar que a proposta de redução de 25% de emissão de gases pelos países ricos é “insuficiente” e que “o Brasil vai cobrar” que esta meta seja ampliada para 40%.
Destacado para falar em nome do governo, após o encontro, Minc advertiu que “se não houver mudanças no padrão de produção e consumo, o mundo não vai conseguir atingir a meta de reduzir de 45 bilhões de toneladas de emissão de carbono para 18 bilhões”. Segundo ele, esta meta é que impedirá que a temperatura da Terra aumente dois graus neste século, o que seria desastroso.