As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 62% entre 1990 e 2005. O número, apresentado hoje (25) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, fará parte do segundo inventário nacional de emissões, que deve ser apresentado à Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15).
O total de emissões nacionais saltou de 1,4 gigatoneladas para 2,2 gigatoneladas de gás carbono equivalente (a medida considera todos os gases de efeito estufa).
O inventário, que segundo Rezende, será apresentado para consulta pública no início de 2010 e concluído em dezembro, detalhará emissões dos setores de energia, processos industriais, agricultura, mudança de uso da terra e florestas – que inclui desmatamento – e tratamento de resíduos.
“Essas tabelas, os dados oficiais do governo, são praticamente essas do inventário. De agora até março, os números serão checados e verificados”, disse o ministro.
Pelos dados preliminares, todos os setores registraram crescimento das emissões. No caso do desmatamento, as emissões aumentaram 70% entre 1990 e 2005 e representam 57,5% das emissões totais do país. O segundo setor que mais contribui para o lançamento de gases de efeito estufa pelo Brasil é a agricultura, que representam 22,1% do total. Em 15 anos, as emissões do setor cresceram 41%.
O setor energético aumentou suas emissões em 68% e aumentou sua participação de 15,8% para 16,4% do total nacional. Na indústria, o aumento de emissões em 15 anos foi de 39%, mas a participação do setor para as emissões nacionais caiu de 2% para 1,7%. As emissões por tratamento de resíduos no mesmo período aumentaram 77%, passando de 2% para 2,2% do total de gases de efeito estufa emitidos pelo Brasil.