O ozônio e o material particulado (MP) foram os poluentes que mais comprometeram a qualidade do ar no Estado de São Paulo em 2009. Ambos têm origem nas emissões de veículos e estão ligados ao aumento da frota. O ozônio foi o poluente que mais ultrapassou os limites considerados aceitáveis, principalmente na região metropolitana de São Paulo: em 2009, o padrão de qualidade do ar foi violado em 57 dias contra 49 em 2008.
Os dados fazem parte do Relatório de Qualidade Ambiental 2010, publicação produzida pela equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente (SMA) de São Paulo e divulgada ontem. O estudo, anual, apresenta um diagnóstico da qualidade ambiental em todo o Estado e abrange recursos hídricos, uso e ocupação do solo, ar, recursos pesqueiros, biodiversidade e saneamento.
Os números do relatório apontam para a estabilização na concentração média anual de materiais particulados (a popular fuligem). A taxa passou de 39 microgramas por metro cúbico de ar, em 2008, para 34, em 2009, patamar considerado elevado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) trata o material particulado como poluente sem limiar, ou seja, há riscos à saúde em qualquer nível de exposição.
“O grande desafio ambiental de São Paulo são os problemas ligados à metrópole, como qualidade do ar, saneamento, lixo e drenagem urbana”, diz Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de Planejamento Ambiental da SMA. Segundo ele, houve melhoria na qualidade do ar no interior, reflexo da redução das queimadas nos canaviais. No entanto, a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo continua preocupante.
“Além do crescimento da frota de veículos há o agravante de que o nosso diesel ainda é um dos mais poluentes do mundo, com alto teor de enxofre”, diz Carvalho.