O desmatamento da Amazônia caiu 49 por cento entre agosto de 2009 e junho deste ano na comparação anual, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira. O período representa 11 meses do ano-calendário para a medição do desmatamento da floresta.
De acordo com informações do Deter, sistema de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, entre agosto de 2009 e junho de 2010 a floresta amazônica perdeu 1.810,81 quilômetros quadrados contra os 3.538,51 quilômetros quadrados no mesmo período do ano anterior.
No mês de junho, a destruição da floresta somou 243,74 quilômetros quadrados.
Apesar dos dados do Deter apontarem forte queda da destruição da floresta para todo o ano-calendário 2009/2010, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, procurou mostrar cautela e lembrou que os dados consolidados sobre o desmatamento são apurados pelo sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), que tem metodologia diferente do Deter.
“O Inpe não está afirmando que o desmatamento vai cair 50 por cento” disse ele segundo a Agência Brasil.
“Além do problema da cobertura de nuvens, existe o problema dos pequenos desmatamentos”, disse, numa referência a cobertura de nuvens na Amazônia que impossibilita a visão completa da Amazônia por satélite.
Mas, em entrevista coletiva em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou a queda no acumulado do ano-calendário e mostrou confiança que a tendência de baixa na destruição florestal se confirmará quando forem anunciados os dados do Prodes, esperados para novembro.
“O resultado acumulado (no Deter) é muito bom. Foi como no ano passado, divulgamos mensalmente a tendência de queda com o Deter e, no fim do ano, o Prodes deu a menor taxa de desmatamento dos últimos 20 anos”, afirmou.
Segundo os dados do Deter, o Pará foi o Estado que apresentou mais desmatamento em junho de 2010, 160,63 quilômetros quadrados, seguido pelo Mato Grosso, com 36,5 quilômetros quadrados e Amazonas, com 24,36 quilômetros quadrados.