A primavera começa às 00h09 (horário de Brasília), de hoje (23). O horário tem mais a ver com a astronomia que meteorologia. Exatamente neste horário, os dois hemisférios da Terra receberão a mesma quantidade de energia vinda do sol. A partir das 00h10, o hemisfério sul começará a receber mais energia que o hemisfério norte. Até que em 21 de dezembro, às 21h38, chegaremos ao máximo de energia vinda do sol, enquanto que o hemisfério norte receberá a menor quantidade de energia.

Será o fim da primavera e o começo do verão no Brasil.

Vale destacar que no dia 23 de setembro, todas as cidades do planeta terão 12 horas claras e 12 horas de penumbra. A primavera normalmente é conhecida pela estação das flores.

Entretanto, na meteorologia, a primavera é conhecida pela estação dos grandes temporais. Os dias cada vez mais longos esquentam a atmosfera e deixam-na mais instável, favorável à formação de nuvens carregadas. Para piorar, a umidade que vem da Amazônia (combustível para os temporais) aumenta nesta época do ano.

Existe uma outra forma de ver a primavera: ela é uma estação de transição entre o inverno frio e seco e o verão chuvoso e quente. E esta transição não é linear.

Uma hora, chove como no verão. De repente, a chuva corta e vem um frio intenso. E por aí vai. Portanto, nada mais natural que a primavera apresente características de todas as estações num período curto, muitas vezes no mesmo dia, parecendo que o clima está maluco. Outro fato interessante em relação à Primavera diz respeito à temperatura. É a época das grandes amplitudes térmicas. Ou seja: ainda faz frio ao amanhecer, mas à tarde já faz calor.

E neste ano? Como será a primavera?
Bem diferente da última, com certeza. A primavera passada foi uma das mais chuvosas dos últimos anos no Brasil. Já neste ano, por conta do fenômeno La Niña, a chuva está atrasada. A chuva até voltará a partir do fim deste mês para boa parte do país, favorecendo o início do plantio em vários Estados. Entretanto, em anos de La Niña a alternância é muito frequente. Observam-se meses chuvosos alternados com meses mais secos. No fim das contas, estas alternâncias farão com que a estação seja mais seca que o normal em boa parte do país.

Isto traz algumas consequências ruins para setores importantes como o agrícola e de energia. E, além disso, a alternância do tempo também é vista na temperatura. Anos de La Niña apresentam enorme variação de temperatura num espaço bem curto. O que vimos nos últimos dias na cidade de São Paulo será uma tendência para toda a estação: no dia 15, a máxima chegou a 21°C; na quinta-feira, fez 23°C; na sexta-feira, a temperatura disparou para 32°C; no sábado, a máxima não passou dos 18°C.

Esta variação é muito ruim para a venda de artigos ligados ao calor (vestuário, bebidas, sorvetes, eletrodomésticos). A persistência do calor é a melhor tendência para este setor da economia. E depois de um ano de El Niño, onde esta persistência foi observada, a próxima primavera/verão será influenciada pela La Niña e pela persistência. Fonte: Maxpress.